Chile vai reestruturar sistema de alerta de tsunamis

05/03/2010 - 16h26

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A seis dias de assumir a Presidência da República do Chile, Sebastián Piñera comprometeu-se hoje (5) a reestruturar o sistema de alerta de tsunamis no país e dar continuidade às ações definidas pela atual presidente Michelle Bachelet. Nesta manhã os dois se reuniram e afinaram os discursos afastando o receio de que a transição trouxesse mais prejuízos ao país, que foi parcialmente devastado nos últimos dias por tremores de terra e tsunamis.

Um dos temas que predominaram a reunião foi a série de críticas ao sistema de alerta do governo em relação à ocorrência de tsunamis no país. Especialistas chilenos e estrangeiros afirmaram que o alerta foi feito tardiamente. Se tivesse ocorrido antes, poderia ter evitado parte dos prejuízos. O objetivo é impedir que situações semelhantes se repitam.

Segundo Bachelet, o objetivo é que a transição seja tranquila. “Estamos determinados a assegurar uma transição suave no dia 11 de março", disse ela. De acordo com a presidente, a passagem do cargo deverá se dar em uma cerimônia austera e simples, porque as condições nacionais assim exigem.

De forma semelhante, reagiu o futuro presidente: “A nossa atitude é de determinação total e cooperação em tempos de emergência. Agora é buscar soluções”, disse Piñera. “[A presidente Bachelet] nos deu informações sobre a magnitude e as consequências do terremoto e dos tsunamis que têm atingido nosso país”, disse ele.

Piñera assume a Presidência na próxima quinta-feira (11), Até lá, afirmou, a responsabilidade está nas mãos de Bachelet. “Terei a responsabilidade de presidir e estamos preparando, a partir do nosso programa de governo, incorporando um novo e grande desafio e responsabilidade como cidadãos, que é abordar a situação de emergência.”

A presidente chilena ressaltou que as necessidades são urgentes e que não pode haver paralisação. “Os planos não param. Há planos para reconstrução de pontes aéreas e terrestres, porque tudo tem de continuar a funcionar sem pausa, para que ocorra distribuição de alimentos e de água, que devem chegar às populações afetadas, assim como a construção de moradias de emergência”, disse ela.

Bachelet acrescentou que seu objetivo é manter a futura equipe de governo informada sobre todas as decisões em curso. “Nós queremos compartilhar informações com eles e com seus ministros para que eles possam ter tudo na mão. [Tudo] exige uma coordenação muito boa para que a população continue a receber ajuda”, disse.