Brasil pode cooperar com linhas de crédito para o Chile

05/03/2010 - 17h31

Renata Giraldi

Agência Brasil

Brasília – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode colaborar na reconstrução do Chile ao fornecer linhas de financiamentos em áreas específicas, segundo interlocutores do Palácio do Planalto. O presidente demonstrou a disposição em colaborar com a reconstrução do Chile, durante conversa com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Porém, o Brasil aguarda solicitação do governo chileno.

O ministro da Fazenda chileno, Andrés Velasco, evita definir o total necessário para os programas de reconstrução. “Este não é o momento para falar em números. É hora de as pessoas se concentrarem em garantir o restabelecimento de serviços básicos e apoio”.

Segundo o ministro, é impossível fazer um cálculo preciso sobre os prejuízos e gastos, porque o governo aguarda dados dos setores produtivos – vinhos, cobre e pescados – provavelmente os mais afetados.

Ontem (4) a presidente do Chile, Michellet Bachelet, admitiu que serão necessários quatro anos para a reconstrução do país. Segundo ela, é fundamental o apoio externo fornecendo linhas de crédito, por exemplo. Internamente, o governo tenta administrar os prejuízos individuais dos chilenos. 

Na tentativa de aliviar as aflições financeiras dos chilenos, Velasco afirmou que o State Bank vai adiar por 60 dias o pagamento de empréstimos ao consumidor, cartões de crédito e mensalidades de universidades e escolas. No caso das hipotecas de residências, o adiamento será por seis meses. “Estas são medidas automáticas e que não requerem gestão especial dos membros e são aplicáveis aos indivíduos e às empresas”.

Segundo o ministro, a União Europeia ofereceu 4 milhões de euros e os Estados Unidos querem cooperar com US$ 200 milhões, via Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para ele, os prejuízos causados pelos terremotos e tsunamis poderiam ser mais graves, se não houvesse estabilidade econômica no país.
 
"Fomos surpreendidos no momento em que a economia estava em pé e em movimento, não era de uma economia estagnada”, disse o ministro. Apesar disso, ele reconheceu que será necessário redobrar os esforços. “Esta tragédia vai exigir um esforço muito maior do investimento público e privado”.