Jobim defende postura de Lula em Cuba no Congresso Nacional

02/03/2010 - 18h24

Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Defesa Nelson Jobim, em depoimento à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, defendeu a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua viagem a Cuba, na semana passada. A oposição criticou o presidente por ter “apoiado” o governo cubano justo na semana da morte do ativista Orlando Zapata, que morreu devido a uma greve de fome de 85 dias. Zapata foi o primeiro prisioneiro político falecido em Cuba desde 1972.

Lula posou para fotografias ao lado do líderes cubanos Fidel Castro e Raúl Castro.
“Eu estava lá. Não podemos construir um futuro se não reconhecermos os fatos. Não se fará um processo de abertura política em Cuba contra os Castros. Se fará junto com eles”, disse Jobim.

O ministro ainda lembrou o embargo econômico imposto a Cuba, ao contrapor à argumentação do senador Artur Virgílio (PSDB-AM) de que o modelo econômico implantado na ilha caribenha foi responsável pelo atraso econômico e social do país. “O embargo produziu três coisas: um país brutalmente pobre, um povo enormemente orgulhoso e uma desconfiança grande na América do Sul”, destacou Jobim.

Virgílio retrucou, ao dizer que “o presidente Lula pode ser amigo do Raúl Castro, mas tinha que se posicionar contrário a violações de Direitos Humanos”.

Zapata morreu na terça-feira da semana passada e foi enterrado na quinta-feira (25). Para impedir o comparecimento de manifestantes ao funeral, o governo cubano prendeu cerca de 50 pessoas. A oposição cubana estima que desde a morte do ativista pelo menos 126 pessoas foram presas.