Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai enviar um especialista em gestão de desastres ao Chile para cooperar com os trabalhos de reconstrução do país, arrasado pelo terremoto do último sábado (27). Uma equipe com 80 profissionais de saúde foi colocada em alerta à espera apenas de uma solicitação oficial do governo para seguir até o país. Serão encaminhadas ainda estruturas para a montagem de hospitais de campanha.
O terremoto de 8,8 graus na escala Richter ocorreu durante a madrugada de sábado, em seguida houve outros 140 abalos de menor escala. Pelo menos 711 pessoas morreram, há ainda desaparecidos e feridos. Muitos estão desabrigados. Estradas, prédios públicos e privados foram destruídos.
De acordo com a OMS, a rede de saúde no Norte do Chile funciona normalmente - com os hospitais na área metropolitana de Santiago (capital). Porém, as áreas mais afetadas estão no Sul do país – em cerca de 30 regiões especificamente, onde o acesso aos serviços de saúde está bastante difícil, segundo a organização.
A Força Aérea do Chile organizou quatro hospitais de campanha, cada um com capacidade para atender 60 pacientes. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou que há uma escassez de profissionais no setor.
As áreas de infraestrutura chilena foram afetadas e cerca de 500 mil foram seriamente danificadas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). No sábado, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, expressou “condolências aos que perderam parentes e amigos e o desejo de que os feridos tenham uma rápida recuperação".
Ban Ki-moon colocou ainda à disposição do governo chileno o sistema das Nações Unidas, por meio do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários.
O comando da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), que fica em Santiago, informou que não foram identificadas vítimas entre seus 987 funcionários e consultores que trabalham no Chile.
No entanto, os edifícios utilizados por várias agências foram danificados, incluindo a sede da Cepal. A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), da Unesco, Irina Bokovada, declarou hoje que o organismo está preparado para ajudar o Chile a se recuperar de um grande terremoto, ressaltando a necessidade de os países em áreas de alto risco reforçarem a sua capacidade de redução de desastres.
“O terremoto que atingiu o Chile é outro exemplo angustiante de nossa vulnerabilidade aos desastres naturais e da necessidade de maior vigilância e de preparação”, disse.