Lula vai sugerir ao governo do Haiti criação de frentes de trabalho para a reconstruir o país

12/02/2010 - 11h50








Renata Giraldi

Repórter da Agência Brasil
 

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no próximo dia 25 em Porto Príncipe (capital haitiana) para propor ao presidente do Haiti, René Préval, uma parceria para criar frentes de trabalho, que gerem oportunidades de emprego, e resolvam questões pontuais, como restauração de estradas, a construção de casas e o estímulo à pesca, além da limpeza pública. Lula ficará apenas de quatro a seis horas em território haitiano e depois, segue para El Salvador.

 

Inicialmente, a chamada Bolsa Haiti, a ser anunciada por Lula, reuniria uma série de ações de apoio direto ao país caribenho. Mas um mês depois do terremoto e das críticas de vários segmentos à ingerência dos Estados Unidos e da França, na região, assessores do presidente sugeriram uma nova versão do programa. O objetivo é implementar medidas que tenham o respaldo do governo Préval e não o peso de imposição.

 

Os detalhes das medidas ainda estão em fase de elaboração. Três setores comandam a operação: o Gabinete de Segurança Institucional, ligado diretamente à Presidência da República, a Subsecretaria de América do Sul e a Agência Brasileira de Cooperação – as duas últimas ligadas ao Itamaraty.

 

Os órgãos brasileiros também avaliam a alternativa de fechar parcerias com entidades para formação e qualificação de mão de obra, com apoio o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Também estão sendo analisadas propostas de executar medidas que contem com o apoio de outros governos e instituições internacionais.

 

Lula quer ver os estragos causados pelo terremoto ocorrido há um mês vai sobrevoar a região de Porto Príncipe acompanhado por autoridades brasileiras e haitianas. Em seguida, terá um encontro com Préval e com o primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive. Após a reunião deverão ser anunciadas as medidas de apoio do Brasil aos haitianos.

 

O presidente pretende visitar os militares brasileiros que atuam na Minustah - a missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti –, que reúne 1.266 homens. Lula quer conhecer a Base Militar do Brasil em Porto Príncipe que é elogiada por sua organização e funcionamento e também o hospital de campanha.

 

No último dia 25, o Senado aprovou o envio imediato de mais 900 militares, dos quais 750 do Batalhão de Infantaria e 150 da Polícia do Exército. Mas esses homens ainda não chegaram ao Haiti. O Brasil vai dispor ainda de uma reserva de 400 homens para revezamento.

 

De Porto Príncipe, Lula segue para San Salvador, capital de El Salvador, onde se reúne com o presidente Mauricio Funes. Ele é casado com a brasileira Vanda Pignato, que é ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT).