Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-presidente da Argentina e deputado federal Néstor Kirchner, de59 anos, marido da atual presidente Cristina Kirchner, deverá teralta entre 48 e 72 horas, segundo médicos responsáveis por suainternação em Buenos Aires. Ele foi submetido a uma cirurgia deemergência, ontem (7) à noite, para desobstruir uma artéria.De acordo com osmédicos, sua evolução foi “satisfatória”. Kirchner passa beme está fora de perigo, internado no Sanatório de Los Arcos, ondefoi operado. A presidente Cristina Kirchner acompanhou ontem a internação domarido e hoje (8) esteve no hospital. O cirurgião cardíaco queoperou o ex-presidente, Victor Caramutti, afirmou que ele passou anoite “sem inconvenientes” .Caramutti disse que Kirchnerfoi submetido a um procedimento cirúrgico na carótida direita, daqual foi retirada uma placa que a obstruía. Ele está mantidointernado em terapia intensiva, um procedimento considerado regularpara cirurgias desse tipo. Houve um comunicado oficial dos médicosda Presidência argentina, que também confirma que o paciente estábem.Kirchner foi internado depois de sentir dormência nobraço esquerdo, quando estava na residência presidencial de Olivos.A presidente o acompanhou à clínica, onde estiveram também quasetodos os ministros de seu governo.Do lado de fora da clínica,manifestantes favoráveis ao governo acompanham as informaçõessobre o estado de saúde do ex-presidente. Com bandeiras e palavrasde motivação, os peronistas aguardam detalhes sobre a internaçãode Kirchner.Para analistas políticos argentinos eestrangeiros, Kirchner é o político mais influente nas decisões dogoverno de sua mulher, Cristina Kirchner. Nos últimos dias, ele foiacusado pelo ex-presidente do Banco Central Martín Redrado de ter seaproveitado da desvalorização do peso durante a crise internacionalem 2008 para adquirir US$ 2 milhões.Cristina Kirchner passapor um momento de tensão política. Por cerca de um mês, ela tevedivergência com Redrado, que pediu demissão do cargo, mas antesdisparou críticas e motivou uma série de reações no CongressoNacional argentino, cuja maioria é de oposição.