Brasil conclui acordo e vira credor do FMI pela primeira vez na história

22/01/2010 - 20h44

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil e o FundoMonetário Internacional (FMI) concluíram hoje (22) o acordo quepermitirá a ampliação da capacidade de empréstimos do fundo ematé US$ 10 bilhões. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, opresidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o diretor-gerentedo Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn,assinaram hoje termo de compromisso que aumenta o aporte financeirodo país ao FMI. Com atransação, o país oficialmente vira credor do fundo pela primeiravez na história. Pelo acordo, o Brasilcomprará até US$ 10 bilhões em notas emitidas pelo FMI nospróximos dois anos. A operação ficará a cargo do Banco Central.De acordo com a autoridade monetária, a compra não terá impactonas reservas internacionais brasileiras porque os papéis serãoclassificados como direitos especiais de saque (DES).“A operação apenasalterará a composição das reservas internacionais do país,contribuindo para sua diversificação”, destacou o Banco Central,em comunicado.As notas vencerão trêsmeses após a emissão, mas podem ser renovadas automaticamente porperíodos adicionais de três meses, até o prazo máximo de cincoanos. Ao comprar esses papéis, o Brasil receberá juros trimestrais.A taxa corresponde a uma média das taxas de juro de curto prazo dosEUA, do Japão, do Reino Unido e da zona do Euro.Em junho, Mantega haviaanunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI. No final de novembro, o ministro afirmou que o país ampliaria oaporte para US$ 14 bilhões, mas o acordo assinado hoje refere-seapenas aos US$ 10 bilhões iniciais.