Sede da Viva Rio em Porto Príncipe recebe cerca de mil vítimas do terremoto no Haiti

16/01/2010 - 15h34

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor- geral daorganização não governamental (ONG) Viva Rio, antropólogo RubemCésar Fernandes, que está em Porto Príncipe desde quarta-feira(13), dia seguinte ao terremoto, disse hoje (16) que a representaçãolocal da organização vem atendendo a cerca de mil desabrigados emsuas instalações em Bel Air, na região central da capitalhaitiana.Segundoo antropólogo, a Viva Rio mantém há alguns anos um centrocomunitário de grandes proporções, transformado em abrigo derefugiados, atendidos por um contingente aproximado de 400 pessoas,entre as quais três médicos e dez enfermeiros locais, novebrasileiros e sete noruegueses, inclusive engenheiros.Adificuldade mais grave é o atendimento médico às vítimas doterremoto que recorrem ao Viva Rio em Bel Air, explicou Rubem César:“Porto Príncipe á uma cidade muito grande e por isso forammontados vários centros de atendimento emergencial. Eles funcionamindependentes, em situação precária e sem muitos recursos.”.O diretor da ONG criada noRio de Janeiro em 1993 não tem previsão de volta para o Brasil eagora atravessa o Haiti por terra. Ele disse que o terremoto foisentido em todo o país e que a área mais atingida foi mesmo acapital, onde estão concentrados os esforços mundiais de ajudahumanitária.AViva Rio criou escritório próprio no Haiti para ajudar a sociedadea enfrentar o crime organizado em gangues que assolam Porto Príncipedesde o fim da ditadura de François e Jean-Claude Duvalier,conhecidos como Papa Doc e Baby Doc, que comandaram o regimeditatorial entre a década de 50 e 1985.FrançoisDuvalier criou uma guarda popularmente chamada de tonton macoutes(bichos papões), que aterrorizou os haitianos durante décadas deditadura e depois se dividiu em vários grupos criminosos espalhadospelo país, em especial na capital. Essesgrupos são uma das grandes preocupações das forçasinternacionais, porque podem se aproveitar do clima caóticoresultante do terremoto para instalar o terror no Haiti.