Inpi amplia cooperação com países da América Latina

15/01/2010 - 6h00

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O trabalho do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) de exame de pedidos de marcas e patentes poderá ser dividido com os países vizinhos. O balanço de 2009, apresentado à Agência Brasil pelo presidente do Inpi, Jorge Ávila, destaca o esforço de cooperação com a América Latina. “A genteconseguiu aprovar com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oprojeto que vai permitir maior cooperação entre os países docontinente”, disse Ávila.Ele afirmou que o impacto para o Brasil é relativamente pequeno, uma vezque o país tem o maior escritório de propriedade industrial daregião. ”Mas, de toda maneira, nos beneficia”. Segundo Ávila, para os países que fazem fronteira com o Brasil,  isso faz uma diferença muito grande,porque eles poderão contar com o apoio do Inpi  para garantir patentes com mais qualidade.Jorge Ávila destacou, por outro lado, que esse esforçoacaba gerando um “peso de bloco”, que permite ao continente interagir demaneira mais equilibrada com o sistema internacional de patentes, ondeestão sendo costuradas outras possibilidades de cooperação. “E oBrasil, como escritório que está conduzindo um esforço grande deintegração em nível regional,  tem condição de se beneficiar de um sistema cooperativo em escala global”.No ano passado, o Inpi começou a operar como autoridadeinternacional de busca. O começo de operação foi bem recebido e teveefeito imediato no depósito de patentes por universidades einstituições públicas de pesquisa que tinham dificuldade de depositarseus pedidos no exterior.“Namedida em que esse depósito para uso do sistema PCT (Tratado deCooperação em Matéria de Patentes, do inglês Patent CooperationTreaty) passou a ser  feito diretamente no Inpi, facilitou muito para os atores públicos terem esse tipo de depósito”.Em poucos meses de operação, o instituto já obteve quase 50 depósitos depatentes. Ávila considerou esse número promissor. “E a gente acreditaque em 2010 vai haver  um crescimento exponencial mês a mês das patentes que vão para o sistema internacional”.O Inpi registrou também  em 2009 os primeiros títulos de mestre concedidos pela Academia de Inovação e Propriedade  Intelectual, criada em 2007. A instituição foi avaliada no início deste ano pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, e a expectativa é de que a resposta seja positiva.“Isso significa para o país um avanço na possibilidade de obter formação aprofundada em propriedade intelectual e inovação”. Esse é um conhecimento cada vez mais estratégico para a competitividade das empresas brasileiras no mundo globalizado, acrescentou Ávila.