Medidas fiscais ajudaram a conter inflação em 2009, diz IBGE

13/01/2010 - 15h00

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os desdobramentos dacrise financeira internacional, somados às medidas adotadas pelogoverno para superar seus efeitos internamente, ajudaram o Brasil aconter a inflação no ano passado. A avaliação é da coordenadorade Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), Eulina Nunes. Dados divulgados hoje (13)pelo instituto revelam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA) fechou o ano em 4,31%, o patamar mais baixo desde 2006, quandoa inflação havia sido de 3,14%. Em 2008, a variação do IPCA foide 5,90%. De acordo com Eulina, a crise prejudicou asexportações brasileiras principalmente de produtos alimentícios,que acabaram tendo redução de preço no mercado interno. Entre osdois anos, os produtos alimentícios passaram de alta de 11,11% em2008 para 3,18% em 2009.“Com a crise instaurada, houveredução da demanda por alimentos no mercado internacional”, dissea economista. Com isso, as exportações dos produtos brasileirosdiminuíram muito e a oferta no mercado interno aumentou, o que levouà queda de preço de alguns produtos, como a carne, cujos preçostiveram redução de 5,33% no ano, explicou Eulina. Tambémhouve queda acentuada nos preços do feijão preto (-44,29%), feijãocarioca (-35,85%), arroz (-13,14%) e leite pasteurizado (-3,45%).Eulina destacou ainda que as medidas governamentais, como aredução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dediversos produtos, como automóveis e eletrodomésticos, tambéminfluenciaram o resultado do IPCA de 2009. De acordo com olevantamento do IBGE, no ano passado, os automóveis usados tiveramqueda de 11,90% e os novos, de 3,62%. Os eletrodomésticosregistraram deflação de 4,85%.“A inflação em 2009 semostrou bastante comportada e obedeceu aos estímulos de demandadados pelo governo, como a redução do IPI. Essas medidas foramplenamente atendidas e surtiram o efeito esperado”, acrescentou acoordenadora do IBGE.