Embaixador pede que países enviem bombeiros ao Haiti

13/01/2010 - 15h02

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oembaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, disse hoje (13)que “mais importante do que a ajuda financeira é a intervençãohumanitária”, e solicitou o envio de bombeiros para ajudar aretirar os corpos dos escombros, nas cidades atingidas pelo terremotoocorrido ontem (12). “O que precisamos, neste primeiro momentoapós a tragédia, é da ajuda dos Corpos de Bombeiros de outros países.Além disso precisamos de ajuda sanitária e alimentar, medicamentos,vacinas e equipamentos pesados, como guindastes, tratores eescavadeiras, porque as cidades estão completamente destruídas”, disse oembaixador durante coletiva de imprensa.Segundo ele, nenhumcontato oficial foi feito entre a embaixada e as autoridades haitianas.“É praticamente impossível entrar em contato com eles. Das cincocompanhias de telefonia celular, apenas uma funciona, mas muito mal.Alguns de nossos funcionários conseguiram falar com seus familiares,mas nenhum contato oficial pôde ser estabelecido”, disse o embaixador.Pierre-Jeandisse que desde ontem à noite tem mantido contato permanente com asautoridades brasileiras e, em especial, com o gabinete do ministro dasRelações Exteriores, Celso Amorim, e com a Presidência da República,para definir em que medidas o Brasil pode intervir para ajudar a naçãohaitiana. “No entanto ainda não temos uma estimativa completa dasautoridades locais sobre o que será necessário.” O governo brasileirojá anunciou que ajudará financeiramente o Haiti.“O terremotoafetou também cidades da região metropolitana próximas a Porto Príncipe,como as cidades de Carrefour e Pattonville, além de Jacmel e Jeremie,onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas”, informou. Oembaixador disse que ainda não é possível fazerestimativas confiáveis relativas ao número de vítimas ou ao prejuízocausado. “Mas podemos afirmar que o desastre é muito mais grave do quese pode imaginar, tanto em termos materiais como humanos”.Atémesmo ministérios e o palácio de governo desmoronaram. “A sorte é que atragédia ocorreu às 17 horas [horário local], horário em que as pessoascostumam estar a caminho de suas casas”, disse. “Se fosse à noite, onúmero de vítimas certamente seria muito maior”, acrescentouPierre-Jean.O embaixador disse, ainda, temer que a situaçãoacabe incentivando ondas de assalto e violência no país. “Sabemos quenão só no Haiti, mas em qualquer país, há delinquentes que seaproveitam de situações infelizes para tentar se dar bem, inclusiveroubando ajudas humanitárias”.