Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) informou hoje (12) que não irá deixarde investigar e notificar casos suspeitos de influenza A (H1N1) - gripe suína entre apopulação indígena brasileira mesmo que sejam casos leves. A recomendação do Ministério da Saúde, desde o dia 1º de janeiro, é que seja feita a coleta de materialbiológico e notificação apenas nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).De acordo com a direção da Funasa, todos os Distritos de Saúde Indígenas (Dseis) foramorientados para que continuem monitorando e registrando todos os casos desíndrome gripal. O objetivo é que todos os casos – agudos ou não – sejam notificadose tratados adequadamente.Nosúltimos dias, aldeias indígenas Yanomami, localizadas na região de SantaIsabel do Rio Negro (a 630 quilômetros de Manaus), no noroeste do Amazonas,foram visitadas e monitoradas por uma equipe médica da Fundação de Vigilânciaem Saúde (FVS) e da Funasa, depois da confirmação de dois casos de gripe suína na área. Asvítimas foram os índios Eniodo e Alfredo Yanomai, ambos da mesma aldeia. AFunasa também aguarda resultado do exame de um menino Yanomami com suspeita deter contraído a doença.Segundoo presidente da instituição, Danilo Forte, a preocupação é com avulnerabilidade das populações indígenas às doenças respiratórias, em funçãodas condições socioeconômicas e até de práticas relacionadas com as tradiçõesculturais.O secretário adjunto do interiordo Amazonas, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Evandro Melo,disse que a FVS e a Funasa estão montando um protocolo paraatendimento de indígenas a fim de evitar que haja transmissão da doença paraoutras aldeias. Segundo ele, esses indígenas são nômades e costumamtransitar com frequência entre as cidades de Santa Isabel do Rio Negro,Barcelos, São Gabriel da Cachoeira - todas no Amazonas - além de Roraima e Venezuela.“Nesse protocolo, determinamos adescentralização da medicação para que os indígenas possam ser tratados naprópria aldeia caso haja necessidade. A ideia é evitar a movimentação de índiosgripados de uma aldeia para a outra e impedir, assim, a circulação do vírus eevitar novos casos”, destacou.De acordo com a Funasa, até odia 25 de novembro do ano passado, foram registrados 380 casos de influenza A (H1N1) - gripe suína entreindígenas no país, dos quais dez resultaram em morte — três no Rio Grande doSul, dois em São Paulo e cinco em Mato Grosso. Na próxima segunda-feira (18), aFunasa divulgará um balanço sobre aocorrência de gripe suína entre indígenas em 2009.