Analistas aumentam para 11% projeção dos juros neste ano

11/01/2010 - 9h10

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os analistas do mercadofinanceiro aumentaram a projeção para a taxa básica de juros, aSelic, ao final deste ano, de 10,75% para 11% ao ano. A informaçãoconsta do boletim Focus, publicação semanal elaborada peloBanco Central (BC) com base em projeções de analistas para osprincipais indicadores da economia.A Selic é uminstrumento utilizado pelo BC para controlar a inflação. Quandoconsidera que a economia está muito aquecida, o BC aumenta os jurosbásicos, que atualmente estão em 8,75% ao ano.A estimativa dosanalistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens eserviços produzidos no país, cresça 5,20% neste ano, a mesma dasemana passada. Para 2009, ano que ainda sofreu os efeitos da crisefinanceira internacional, a expectativa de queda foi alterada de-0,24% para -0,26%.A expectativa é de queneste ano haja recuperação da produção industrial, comcrescimento de 8%, a mesma estimativa anterior. Para 2009, osanalistas esperam que a produção industrial feche com queda de7,54%, contra 7,58% previstos anteriormente.Para o Índice dePreços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, foi mantida aestimativa de 4,50%. Para 2009, a projeção passou de 4,28% para4,29%. O IPCA é o índice escolhido pelo governo para acompanhar ameta de inflação, que é de 4,5%, com margem de dois pontospercentuais para mais e para menos. Cabe ao BC perseguir essa meta,que é válida para 2009 e 2010.Os analistas tambémfazem projeções para outros índices de inflação neste ano. Parao Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa passou de4,43% para 4,41%. No caso do Índice Geral de Preços –Disponibilidade Interna (IGP-DI), a projeção caiu de 4,50% para4,44%. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), daFundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi alterada de4,50% para 4,42%.A expectativa para ospreços administrados, neste ano, foi mantida em 3,5% e em 4,36% para2009. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviçosmonitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia,medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbanocoletivo.Outras projeções deindicadores econômicos também passaram por ajustes. A previsãopara o superávit comercial (saldo positivo de exportações menosimportações) em 2010 passou de  US$ 11,3 bilhões para US$11,2 bilhões. Para a taxa de câmbio, a expectativa é que fecheeste ano em R$ 1,75.A projeção para odéficit das transações correntes (registro das transações decompra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior)subiu de  US$ 40,850 bilhões para US$ 41,3 bilhões, neste ano.Para 2009, a expectativa é de US$ 20 bilhões, contra US$ 20,110bilhões previstos anteriormente.A projeção para arelação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para2010 subiu de 42,50% 42,85%, e de 44,25% para 44,40%, em 2009.A expectativa para oinvestimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setorprodutivo do país) subiu de US$ 35,2 bilhões para US$ 37,5 bilhões,em 2010 e foi mantido em US$ 25 bilhões, para o ano passado.