Ministério Público de Honduras pede prisão de militares que expulsaram Zelaya

07/01/2010 - 8h09

Da Agência Brasil

Brasília - OMinistério Público de Honduras pediu à Suprema Corte do país que emitaordem de prisão da cúpula militar por “abuso deautoridade” na expulsão do presidente deposto Manuel Zelaya durante ogolpe de 28 de junho doano passado. A Suprema Corte deverá decidir nos próximos três dias seaceita o pedido de abertura do processo e, neste caso, vai nomear umjuiz para decidir sobre a ação. As informações são da BBCBrasil.O processo seria o primeiro contra os militares desde a derrubada de Zelaya e sua expulsão do país para a Costa Rica,durante uma crise política criada depois que ele manifestou a intenção dealterar a Constituição para permitir a reeleição presidencial.Mesmo se aceita pela Suprema Corte, a medida não deve ter grandes efeitos práticos, já que o presidente eleito Porfírio “Pepe” Lobo, que venceu a eleição do dia 29 de novembro, disse que pretende anistiar tanto Zelaya quanto os envolvidos no golpe do ano passado.Emoutra ocasião, a Suprema Corte já havia indiciado Zelaya por “traição àpátria e abuso de poder”, por desobedecer as ordens da própria Corte deinterromper a consulta popular para reformar a Constituição. Zelaya está desde o dia 21 de setembro abrigadona embaixada brasileira em Tegucigalpa. O ex-presidente criticou opedido do Ministério Público à Suprema Corte e disse que ele servirápara “colocar um manto sobre a verdade dos fatos que ocorreram no dia28 de junho”.Opresidente deposto acusou o procurador-geral de utilizar a estratégia“para conseguir a impunidade dos militares ao acusá-los por delitosmenores e não pelos delitos graves que cometeram, como traição àpátria, assassinatos, violações dos direitos humanos e torturas do povohondurenho”.O comandante das Forças Armadas, general RomeoVázquez, disse desconhecer o pedido do Ministério Público, mas afirmou que está disposto a se submeter à Justiça hondurenha. De acordocom o governo interino do presidente Roberto Micheletti, os militaresseguiam uma ordem de prisão emitida pela Suprema Corte, depois queela declarou ilegal a consulta popular planejada por Zelaya sobre amudança da Constituição. Segundo Micheletti, os militares responsáveis pelaoperação estimaram que a melhor opção era tirar Zelaya do país paraevitar um “derramamento de sangue”.O pedido de detenção eindiciamento emitido pelo procurador-geral do país, Luis Alberto Rubí,se refere aos seis membros da Junta de Comandantes das Forças Armadas, liderada pelo general Romeo Vázquez e composta pelos oficiaisVenancio Cervantes, Miguel Ángel Garcia Padgett, Luis Javier Prince,Juan Pablo Rodríguez e Carlos Cuéllar.