Presidente eleito de Honduras busca apoio para evitar que crise contamine seu governo

06/01/2010 - 17h16

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Prestes a assumir o governo de Honduras, o presidente eleito Porfírio “Pepe” Lobo busca o apoio político paraevitar a contaminação da crise na sua gestão. A tensão política emHonduras começou com o golpe de Estado, em 28 de junho, e até hoje continua sem solução. Em novembro, “Pepe” Lobo foi eleito, mas o Brasil e outros países da região não reconhecem como legítimas as eleições.A três semanas de sua posse, “Pepe” Lobo intensificou as negociaçõespolíticas. Segundo auxiliares, ele se reuniu com os presidentes daGuatemala, Álvaro Colom; de El Salvador, Maurício Funes, e do Panamá,Ricardo Martinelli. A interlocutores, o presidente eleito teriaafirmado que quer conversar com os presidentes da Venezuela, HugoChávez, e da Nicarágua, Daniel Ortega. O Brasil não foi mencionado. Nestasemana está em Tegucigalpa, capital de Honduras, o subsecretárioadjunto para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Craig Kelly,que tenta um acordo para o fim do impasse que já dura seis mesese meio. O presidente de fato, Roberto Micheletti, tem dadoinúmeras demonstrações de que não pretende renunciar antes do dia 27 –data da posse de “Pepe” - em favor do presidente deposto, ManuelZelaya. A renúncia poderia facilitar o fim da crise e a busca por umasolução para um eventual acordo entre as partes.Setores da Organização dos Estados Americanos (OEA) defendemque Micheletti renuncie para facilitar as negociaçõesexternas em favor de “Pepe” Lobo.Há cerca de quatro mesesZelaya, sua mulher e um grupo de correligionários estão instalados naEmbaixada do Brasil em Tegucigalpa. O local é guardado por um forteesquema de segurança mantido pelo governo de Micheletti. O presidentedeposto não pode deixar a representação diplomática sob ameaça de serpreso.O apoio a Zelaya foi reiterado repetidas vezes pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus assessores. Os governos doBrasil, da Argentina, do Paraguai, da Venezuela e da Nicarágua resistemem reconhecer a legitimidade das eleições que deram a vitória a “Pepe”Lobo. Porém, os Estados Unidos, o Peru, o Panamá e a Costa Ricaafirmam que o processo eleitoral transcorreu seguindo as normas eprincípios democráticos e, portanto, deve haver o reconhecimento.