Situação no Suriname caminha para normalidade e diplomatas visitam brasileiros

28/12/2009 - 15h42

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depoisdas tensões dos últimos dias no Suriname, a Embaixada do Brasil emParamaribo informou à Agência Brasil que o clima no paísvizinho é de normalidade. Uma equipe, chefiada pelo embaixadorbrasileiro no país vizinho, José Luiz Machado e Costa, e mais trêsfuncionários do Itamaraty, percorre desde a manhã de hoje (28)hospitais e hotéis onde há brasileiros. A ideia é reunirinformações e apurar os detalhes para colaborar nas investigaçõessobre o conflito que feriu 14 brasileiros e matou sete pessoas naregião. Por enquanto, quatrobrasileiros feridos são mantidos sob observação médica e estãointernados em hospitais do Suriname. Na noite de Natal, cerca de 200garimpeiros entre brasileiros e chineses foram atacados na região dacidade de Albina, a 150 quilômetros da capital do Suriname. Astensões entre os quilombolas ou os chamados “maroni” ou“marrons” do Suriname – na região fronteiriça com a GuianaFrancesa - são permanentes.Ontem, o Ministério deRelações Exteriores informou, por meio de nota, que “não houvecomprovação de mortes de brasileiros”. Porém, há suspeitas deque entre os mortos havia brasileiros. A dificuldade é causada pelofato de muitos dos brasileiros que vivem no país vizinhos não teremdocumentos.A região de Albina éum dos principais focos de exploração de garimpo. Em todo Suriname,vivem cerca de 15 mil brasileiros – a maioria sem documentação.De acordo com diplomatas, os habitantes do Suriname reclamam que osestrangeiros, mesmo sem documentos legais e sem pagar impostos,usufruem de benefícios no país.No entanto, hásuspeitas de que o conflito tenha sido provocado por um supostoassassinato atribuído a um brasileiro que viveria na região deAlbina. Oficialmente, essa versão é negada pelo governo brasileiro,mas a informação é investigada da polícia do Suriname.Hoje, o presidente LuizInácio Lula da Silva se reuniu com o secretário-geral do Itamaraty,Antonio Patriota, e conversou com o secretário-geral da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon. Durante a conversa, ele foiinformado que a polícia do Suriname identificou e recolheu 22suspeitos de participação no ataque aos brasileiros.