Estável economicamente, Chile vive tensões políticas com Peru e Argentina

06/12/2009 - 13h14

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dono de uma daseconomias mais estáveis da América do Sul, o Chile tem 16,5 milhõesde habitantes e registra também um elevado índice dedesenvolvimento humano e de qualidade de vida. Porém, tem uma relaçãopolítica conturbada com os vizinhos Argentina e Peru. Disputasterritoriais, denúncias de espionagem e ameaças de conflitosarmados são constantes.No mês passado, o governo eCongresso Nacional do Peru ameaçaram recorrer contra o Chile àInterpol (polícia internacional), à União de NaçõesSul-Americanas (Unasul) e à Organização de Estados Americanos(OEA).O estopim para a ameaça do Peru contra o Chile foi asuspeita de que o militar Victor Ariza Mendoza, detido desde outubro,seria espião e responsável pelo repasse de informações sigilosasreferentes a temas estratégicos, além de conduzir a venda de dadossobre o sistema de defesa peruano.Com o Brasil, a relaçãodo Chile é tranquila. O comércio de bens aumentou 16,5% em 2008,atingindo US$ 8,9 bilhões. Dos brasileiros, os chilenos comprampetróleo, telefones celulares e ônibus. Do Chile, o principalproduto comprado é o cobre, depois do metanol esalmão.Politicamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apresidente chilena Michelle Bachelet costumam demonstrar afinidade. Como Lula, ela atraiu a atenção internacional para seu país. Pediatrasocialista, Bachelet foi a primeira mulher eleita no Chile, obtendo53,5% dos votos contra 46,5% do adversário Sebastián Piñera -que agora aparece liderando as pesquisas de opinião.Omandato presidencial no Chile é de quatro anos sem direito àreeleição. Nas eleições do próximo domingo (13), os eleitores vão escolher também20, dos 40 senadores, cujos mandatos são de oito anos. Os eleitoresvotarão ainda para deputados federais, que vão ocupar 120 cadeirasna Câmara.