Sistema de pagamento em moedas locais avança pouco no comércio Brasil-Argentina

03/12/2009 - 20h31

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Sistema de Pagamento emMoedas Locais (SML) entre o Brasil e a Argentina avançou pouco, depois de um ano de efetiva operação. Ele beneficiou170 contratos de exportações brasileiras para o país vizinho, no mês deoutubro,no total de R$ 61,4 milhões, contra apenas oito contratos comerciais dolado argentino, no valor de R$ 325 mil, de acordo com os números do BancoCentral.O somatório representa menos de 2% da corrente decomércio bilateral, mas as autoridades monetárias dos dois países estãootimistas quanto ao crescimento gradativo do uso do real e do pesoargentino, convertidos pela taxa SML do dia de registro da transaçãocomercial, sem necessidade de conversão para o dólar. Simplificação quepode baratear os custos da operação em até 3%, mas ainda é quasedesconhecida para a maioria dos comerciantes.A sistemática foi adotada em outubro doano passado, no auge da crise financeira, com o objetivo desalvaguardar os pequenos e médios exportadores das fortes oscilações docâmbio. A medida deu certo, apesar do avanço lento, tanto que o Brasiljá assinou um protocolo de intenções, no final de outubro último,para implantar o SML também com o Uruguai, e a estimativa do BCbrasileiro é de que possa funcionar já no segundo trimestre de 2010.O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse queessa pode ser uma tendência mais abrangente e anunciou a existência deestudos para o uso de moedas locais também no comércio de bens entre ospaíses que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Mas enfatizouà época que se tratava de avaliações ainda embrionárias, dada acomplexidade de conversibilidade de moedas pouco aceitas no cenáriointernacional.