Em nome de bons negócios, empresários brasileiros usam a simpatia e espontaneidade

13/11/2009 - 6h50

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Cidade do Cabo (África do Sul) - A espontaneidade e informalidade dobrasileiro nas negociações internacionais provocamsituações únicas e muitas histórias paracontar. Em missão ao Sul da África, os empresáriosbrasileiros se viram obrigados a negociar com clientes de diferentesculturas e religiões. Os muçulmanos preferem negociarcom os homens, enquanto os hindus não apreciam que suasmulheres sejam cumprimentadas ou beijadas por estranhos.Oempresário Paolo Boria, da indústria de alimentos Yoki,foi eleito pelo grupo que viajou à África nesta semanacomo o melhor contador de histórias e dono de um bom-humorconstante. Para ele, as dificuldades e eventuais diferençasque os brasileiros esbarram nas negociações sãovencidas pelo “estilo nacional”.“Nossojeito informal, simpático e paciente cativa, mesmo quando háum ou outro problema. Isso é com todo mundo”, disse Boria.“Mas nem por isso o empresário deve deixar de conhecer ahistória e o perfil de seu cliente. É fundamental vocêestar a par de tudo isso para poder ser bem-sucedido.”As missõesempresariais não são frequentes, mas os negociadoressão obrigados a viajar por vários países parafechar negócios de maior volume. A cada nova situação,eles contam que algo diferente é aprendido.“Com oschineses, o estilo de negociar deve ser o da pergunta constante: 'Osenhor tem certeza disso?'. Só depois da terceira confirmaçãoé que a gente começa a ter alguma segurança deque o negócio vai dar certo”, ensinou o empresárioPaulo Amanthea, da Eucatex, que viaja pelo mundo vendendo portas edobradiças.Do setorde massas e óleos, o empresário Murilo Farias Santos,da Emit, disse que é preciso estar atento também paranegociar com os turcos e gregos, que têm uma longa históriaem comércio. “Eles são muito bons. Sabem negociarcomo poucos, pechincham, pedem, insistem e você tem de estaratento para não ir além dos próprios limites”,afirmou.A missãoempresarial, com 98 empresários, à África reuniurepresentantes de alimentos e bebidas, agronegócios, casa econstrução, indústria automotiva, energia,máquinas e equipamentos, varejo, cosméticos, materiaiselétricos e eletroeletrônicos, defesa, infraestrutura etêxtil.