Conversas entre governos deposto e golpista de Honduras prosseguem hoje

07/11/2009 - 10h19

Fernando Freire
Enviado Especial
Tegucigalpa (Honduras) - Depois de várias horas de reunião entre o embaixador dosEstados Unidos em Honduras, Hugo Llorens, e os representantes dosgovernos deposto e golpista, Jorge Reina e Arturo Corrales,respectivamente, ficou decidido que hoje (7) eles voltarão a se encontrar para uma nova rodada denegociações a partir das 12h (horáriolocal).O embaixador norte-americano e o representante de RobertoMicheletti não fizeram declarações após o fim da reunião. Somente orepresentante de  Zelaya falou à imprensa. Jorge Reina disse que,nas conversas, “se considera a possibilidade de encontrar outro caminhoque leve a um acordo originalmente distinto do que foi planejado”.“Esperamos encontrar um acordo que leve à restituiçãodo presidente Manuel Zelaya. A restituição foi exigida pela comunidademundial, pelas Nações Unidas, por unanimidade, e pelos Estados Unidos”,disse Reina.O Departamento de Estado norte-americanodivulgou ontem (6) uma nota em que se diz desapontado com o que chamoude gestos unilaterais feitos pelo governo deposto e pelo golpista.Segundo o documento, essas atitudes “não contribuem para o cumprimentodo acordo”. A nota recomenda ainda que ambas as partes entrem numacordo para formar um governo de unidade.O presidente golpista Roberto Micheletti pediu na quinta-feira(5) que todos os 26 ministros que compõem o governocolocassem o cargo à disposição, para que fosse formado o governo detransição. A renúncia coletiva está prevista no acordo assinado na semana passada entre elee  Zelaya.O ex-ministro RafaelPiñeda Ponce disse que Micheletti, por enquanto, se mantém naPresidência do país até que Zelaya desista do cargo. Se isso ocorrer,segundo Ponce, Micheletti garante que também renuncia à Presidência.Para o governo, o acordo está mantido. “O acordo se mantém danossa parte. Decidimos respeitá-lo, porque esse é o nossocompromisso”, afirmou o ex-ministro.Já os apoiadores de Zelayase recusaram a indicar nomes para o governo de transição, enquanto opresidente deposto não for reconduzido à Presidência. Em declaraçãofeita ontem (6) na Embaixada do Brasil, onde está abrigado há 48 dias,Zelaya disse que o acordo fracassou e está  totalmente morto porfalta de cumprimento por parte de Micheletti.