Câmara adia votação de reajuste dos aposentados

04/11/2009 - 17h51

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com mais de 500aposentados sentados nas galerias do plenário da Câmara, desde às14h de hoje (4), à espera da votação do reajuste para aqueles queganham mais de um salário mínimo, a apreciação do projeto quetrata da assunto foi adiada mais uma vez. Isso porque o relator daMedida Provisória nº 466, deputado João Carlos Bacelar (PR-BA),pediu prazo de uma sessão para apresentar seu parecer sobre o texto,que trata do setor elétrico.O presidente da Câmara,deputado Michel Temer (PMDB-SP), concedeu prazo de uma sessão. “Nãohá como negar o pedido do relator, que é regimental”. Ao pedir oadiamento, Bacelar fez elogios aos aposentados, mas ressaltou que nãotinha como dar o parecer às emendas do Senado à MP. “Essa MP é amais importante do setor elétrico brasileiro.”Como a MP estátrancando a pauta, nenhuma outra matéria poderá ser votada antesdela. Com isso, a votação do reajuste dos aposentados não poderáocorrer antes da apreciação da MP 466. Os aposentados ouviram orelator e o presidente da Câmara em silêncio, mas, em seguida,gritaram diversas vezes para que os deputados votem hoje o reajuste.Depois, cantaram o Hino Nacional.O vice-líder do DEM,Onyx Lorenzoni (RS), foi à tribuna da Câmara para afirmar que seupartido vai ajudar a votar a proposta de emenda à Constituiçãoque trata dos precatórios e, em seguida, entrará em obstrução eem vigília pela aprovação do reajuste dos aposentados.Antes do inicio dasessão, o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), afirmouque não há condições de votar o reajuste neste momento, atéporque está em andamento uma negociação entre o governo e osaposentados. “É uma votação complexa e para votar é preciso teracordo. Não é correto vincular o reajuste ao concedido ao saláriomínimo”.De acordo com o líder,no governo Lula os aposentados tiveram reajuste maior do que ainflação e “os que ganham mais de um salário mínimo receberam ainflação do período”. Segundo ele, o governo está buscando umacordo para resolver o impasse do reajuste dos aposentados que ganhammais de um salário.Vaccarezza defendeu queo governo conceda um reajuste aos aposentados a partir de primeiro dejaneiro do ano que vem e continue a discussão sobre o fatorprevidenciário.Mesmo com pedidosfrequentes de Temer para que os aposentados se contivessem, todas àsvezes que algum deputado da base usava a tribuna para tentar explicarpor que a proposta não seria votada, eles se manifestavam repudiandoas afirmações dos parlamentar governista.