Mais da metade dos deputados e senadores é favorável à atual legislação do aborto

21/10/2009 - 9h31

Da Agência Brasil

Brasília - Mais da metade dos deputados e senadores é favorável à atual legislação do aborto,enquanto 1% defende modificações no texto. Por outro lado, 18% acreditam que aprática deve ser legalizada. Os dados constam da quinta pesquisa divulgada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria(Cfemea), que ouviu a opinião de321 dos 594 parlamentares. O estudo foi realizado, nos últimosdois anos, com a intenção de descobrir o que osparlamentares pensam dos direitos das mulheresSegundo o estudo, 57% dos parlamentares defendem o texto em vigor referente ao aborto. Além disso, 15% dos deputados e senadores são contrários a qualquer forma deinterrupção voluntária da gravidez, enquanto 8%preferiram não opinar. Ementrevista ao programa Revista Brasil, da Radio Nacional, a cientistapolítica do Cfemea, Patrícia Rangel, disse que a ideiada pesquisa é propagar a opinião dos legisladores sobreprojetos que fortaleçam os direitos da classe femininae diminuir a resistência deles em aceitar a ampliaçãodos debates de alguns assuntos considerados polêmicos. “O Parlamento vem se mostrando conservador, principalmente quando agente fala de direitos sexuais e reprodutivos como aborto e uniãode pessoas do mesmo sexo, por outro lado tem sido favorável emalguns temas, principalmente na área de direitostrabalhistas.”Para Rangel, aumentar aparticipação das mulheres no cenário da políticadaria força aos movimentos feministas. “Os parlamentaresdemonstram conhecer a problemática da sub-representaçãodas mulheres na política, mas não manifestam interesseem promover mudanças nesse cenário, já que issoimplicaria em redução da presença masculina nocongresso nacional.” Ficou constatado no estudo que 38% dos entrevistados preferem legislar seguindo convicçõesreligiosas. Para o Cfemea, a influência dessessetores na definição de políticaspúblicas pode atrapalhar pois, aclasse feminina tem sido oprimida por algumas doutrinasreligiosas associadas, muitas vezes, à formação machista, queimpõem condições de subordinação epreconceitos.