Ibama não pode ser “cartório de licenças”, diz presidente do instituto sobre críticas do Dnit

21/10/2009 - 20h27

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias, respondeu hoje(21) às críticas do diretor do Departamento Nacional doDepartamento de Infraestrutura (Dnit), Luiz Antonio Pagot, e afirmouque não pode apressar o licenciamento ambientale transformar o Ibama em um “cartório” carimbador delicenças.

Em eventocom parlamentares na manhã de hoje, Pagot culpou a áreaambiental pela demora na construção de rodovias nopaís.

“Compreendoa aflição do Dnit, a necessidade que o Brasil tem deter ferrovias e rodovias implantadas, mas o Ibama tem que serexigente, temos uma responsabilidade com o país. Nãopodemos ser simplesmente um cartório de onde saiam licenças”,afirmou Messias, em entrevista à Agência Brasil.

Messiasafirmou que o trabalho de análisepara concessão de licenças tem sido extenso, por conta da quantidade de grandes obras deinfraestrutura em andamento e da má qualidade dos estudos deimpacto ambiental que chegam ao Ibama. Segundoele, a orientação do governo é que oslicenciamentos sejam ágeis, mas sem colocar em risco apreservação da natureza e das populaçõestradicionais.

“OBrasil está criando mais estradas, ferrovias,hidrelétricas, tudo ao mesmo tempo. Quando osprocessos passam pelo Ibama, temos que ser rápidos, mastemos que ser responsáveis. Esse é um dilema enfrentado diariamente”, apontou.

Naavaliação do presidente do Ibama, não épossível comparar os prazos para construção deuma rodovia há 50 anos com os procedimentos atuais, uma vezque não havia legislação ambiental na época.“Qualquer uma ia rasgando nascentes, cortando cidades ao meio,arrebentando a vegetação, sem nenhumcuidado ambiental. Agora temos que ter correção, temosque ser mais exigentes.”

Emrelação ao comentário de Pagot, que acusou oMinistério do Meio Ambiente de ter apenas “meia dúziade funcionários” cuidando dos licenciamentos, Messiasafirmou que o instituto tem atualmente cerca de 300 analistasespecializados, além das equipes das superintendênciasregionais. “Não temos excesso de pessoal, mas estamosmontando uma estrutura com qualidade e quantidade de técnicos”,avaliou.