CNI critica decisão do Copom de manter Selic no mesmo patamar

21/10/2009 - 20h34

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central(BC) de manter a  taxa básica de juros (Selic) em 8,75% ao ano “está emtotal descompasso com a situação industrial brasileira”, afirmou hoje (21) opresidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ArmandoMonteiro Neto.Monteiro disse que “a decisão não se justifica,pois a inflação está controlada e o crédito à pessoa jurídica aindaestá comprometido. Essa situação requer novo corte nos juros”. Deacordo com ele, a indústria ainda mostra efeitos da criseinternacional. “Diferentemente dos outros setores, esses efeitos sãomais duradouros e de difícil reversão. Seus reflexos são perversos,afetam negativamente o emprego e a renda do país”, analisou.Opresidente da CNI disse, ainda, que, para o Brasil superar efetivamente acrise, é necessária a recuperação da produção industrial e dosinvestimentos de longo prazo. Para isso, acrescentou, é fundamental umataxa de juros menor que a atual e competitiva com as taxas praticadaslá fora.Monteiro disse que, além dos jurosaltos, a valorização do real é um fato negativo, que prejudica aindamais a atividade exportadora. Para ele, a cobrança de Impostosobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital externo “é umpaliativo eficiente, mas apenas no curto prazo”.