Deputados gaúchos arquivam pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius

20/10/2009 - 20h31

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivouhoje (20), o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius(PSDB). Por 30 votos a 17, o plenário aprovou o parecer dacomissão especial que pedia o arquivamento do pedidoapresentado por funcionários do governo em julho desteano.No pedido, os integrantes do Fórum dos ServidoresPúblicos do Estado apresentaram denúncias de corrupçãoenvolvendo os agentes do governo do estado. O relatório aprovadona semana passada na comissão especial foi elaborado peladeputada Zilá Breitenbach, do mesmo partido da governadora.Ela disse que não identificou “justa causa” paraautorizar as investigações. Antes doarquivamento, os deputados da oposição chegaram aapresentar uma denúncia de que o governo pagou cerca de R$ 100 milem material de construção para uma obra particular da governadora.Como prova, os opositores da governadora apresentaram os empenhos eas despesas autorizadas pela Casa Civil. O endereço de entregaera a casa particular de Yeda Crusius, em Porto Alegre.Ogoverno admitiu a compra dos materiais para a casa da governadora. Emnota, considerou a operação “totalmente legal”, porse tratar da “aquisição de bens e serviçosnecessários à habitabilidade do local onde o governadorreside".Na semana passada, a governadora já havia obtido uma vitóriana Justiça Federal. O Tribunal Regional Federal da 4ªRegião decidiu excluir o nome de  Yeda Crusius da açãode improbidade administrativa impetrada pelo MinistérioPúblico Federal (MFP) em agosto deste ano.Na açãoYeda chegou a se acusada pelo MPF de liderar um esquema de corrupçãoenvolvendo mais oito pessoas ligadas ao Palácio Piratini, sededo governo gaúcho. Na ação, o grupo de Yeda era classificado comouma “organização criminosa”.Estãocitados na ação o ex-marido de Yeda, o professor CarlosCrusius, o deputado federal José Otávio Germano, osdeputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e FredericoAntunes (PP), o ex-secretário Delson Martini, a assessora dagovernadora Walna Vilarins Meneses, o vice-presidente do Banrisul,Rubens Bordini, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE),João Luiz Vargas.O Ministério PúblicoFederal sustenta que “os réus participaram ativamente daprática de expressiva fraude". O desvio, de acordo com aação, atinge a cifra de R$ 44 milhões.