Itamaraty quer incentivar brasileiros residentes no exterior a votar nas próximas eleições

15/10/2009 - 18h37

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério das Relações Exteriores quer incentivar a participação de brasileiros que vivem no exterior nas próximas eleições. Para o pleito de 2010 a ideia é aumentar em pelo menos 5% o número de eleitores, cerca de 135 mil pessoas de um total de 3 milhões de brasileiros emigrantes. De acordo com a Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, vinculada ao Itamaraty, mesmo ilegais, os brasileiros que vivem em outros países, desde que em situação regular com a Justiça Eleitoral brasileira, poderão procurar o consulado mais próximo do seu domicílio para votar nas eleições para presidente da República em 2010.“Temos uma parceria com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] para aumentar o número de eleitotores brasileiros no exterior. As estimativas mais atuais são muito baixas”, avaliou a representante da subsecretaria, a diplomata Adriana Telles Ribeiro, durante a 2ª Conferência das Comunidades Brasileiras no Exterior, hoje (15), no Rio.O jornalista Paulo de Souza, do site Nossa Gente, distribuído na Flórida, está interessado na iniciativa. Morando nos Estados Unidos há 10 anos, diz que manter os laços de cidadania com o Brasil é uma forma de “valorizar o país”.Para sensibilizar os emigrantes quanto à importância da participação nas eleições, a estratégia do Itamaraty é usar os veículos de comunicação feitos por brasileiros no exterior como o site para o qual Paulo de Souza colabora. Para chegar até esses meios, o ministério fez um mapeamento, divulgado hoje. “Temos rádios de garimpo no Suriname, jornais publicados nos Estados Unidos e sites no Japão”, citou a diplomata. Além disso, Adriana Telles disse que o governo discute formas para enfrentar os problemas que dificultam o voto pelos brasileiros residentes no exterior,  como “o distanciamento dos imigrantes com a realidade brasileira”, o acesso aos consulados (localizados em poucas cidades) e o medo de alguns deles de ter a situação, quando irregular, denunciada às autoridades locais.“Erroneamente, as pessoas associam o consulado à autoridade local. Jamais um consulado brasileiro denuncia ou serve aos interesses do país no qual o brasileiro está. Por isso, há necessidade de fazermos uma campanha de esclarecimento”, afirmou ela. A diplomata também informou que está em estudo a possibilidade de os brasileiros que vivem no exterior votarem por meio do correio ou da internet.