Investimento em qualidade de vida pode reduzir gastos da Previdência, diz Ipea

14/10/2009 - 19h24

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quase 60% dosbenefícios de seguridade social concedidos pela PrevidênciaSocial são para pensão por morte ou por doençasincapacitantes. Com isso, a solução para os problemas da Previdência não deve estar centrada apenas na questão do tempo para o trabalhador se aposentar, avalia o chefe da Assessoria Técnica do Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Milko Matijastic, aodivulgar hoje (4) o estudo Qualidade de Vida: Suas Determinantes esua Influência sobre a Seguridade Social. Para Matijastic, adiscussão sobre a questão do deficitprevidenciário deve se direcionar também para osproblemas que interferem na qualidade de vida da população.“Se quisermos melhorar as condições da PrevidênciaSocial precisamos ter em mente que é pouco relevante discutiridade mínima para a aposentadoria, uma vez que 60% dosbenefícios são concedidos a pessoas antes mesmo de elasatingirem essa idade. Muito disso se deve à falta de qualidadede vida em três ambientes: o do trabalho, o da rua [urbano]e o da moradia”, disse. Segundo o pesquisador do Ipea,o estudo mostra que os investimentos nesses setoresfavorecem para uma Previdência Social mais eficiente. “Portanto,investir em faixas de pedestres, postos de saúde, saneamento,habitação, ou mesmo diminuir o número de carrosnas ruas ou a carga horária semanal de trabalho, certamentetrariam mais benefícios à Previdência Social,reduzindo seus gastos, do que aumentando a idade mínima paraaposentadoria”, afirmou.