EUA erraram ao dar poucas informações sobre ações militares na América Latina, diz diplomata

14/10/2009 - 17h16

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O embaixador norte-americano Peter DeShazo, diretor do programaAméricas, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Csis, nasigla em inglês) reconheceu hoje (14) que os Estados Unidos poderiam ter informado melhor a América Latina sobre a instalação de uma base militar na Colômbia e sobre a reativação da Quarta Frota Americana, uma divisão da Marinha dos Estados Unidos, no Oceano Atlântico.   Aoparticipar de debates com estudantes e pesquisadores sobres os desafiosdo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na região, o embaixadortambém disse que os países latinos não precisam se preocupar com essasiniciativas.  “Os Estados Unidos poderiam ter agido melhor para informar os outros países sobre a Quarta Frota, que nem existe. Está no papel”, reforçou. Criada durante a Segunda Guerra Mundial, a Quarta Frota foi desativada na década de 1950. Em abril de2008, no entanto, o governo americano anunciou a retomada das operaçõesda força, com o objetivo de combater o narcotráfico e promovertreinamentos conjuntos com forças de países na região do Atlântico Sul.Oembaixador brasileiro Marcos de Azambuja, presente no debate, tambémconcordou que a falta de esclarecimentos sobre ações militares provocaramincompreensão. “Os Estados Unidos têm o direito de criar unidades deforça. Não vejo como ameaça."  Sobre as basescolombianas, DeShazo lembrou que a relação entre os Estados Unidos ea Colômbia data da Guerra da Coréia (1950), quando colombianos combateremao lado de norte-americanos. Nos dias atuais, esclareceu, as parceriasse restringem ao treinamento de militares e o combate ao narcotráfico,atividades controladas rigidamente pelas leis e pelo Congressocolombiano. Por conta de convênios militares entre os dois países,DeShazo informou que os Estados Unidos repassaram cerca de U$1,3 milhões para o aparelhamento das Forças Armadas da Colômbia, que aceitou receber até 800 militares norte-americanos, embora o númeroatual de soldados naquele país não ultrapasse de 300.