Setor de transportes apresenta propostas para problemas que afetam meio ambiente

13/10/2009 - 16h21

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Fórum Brasileirosobre Mudanças Climáticas (FBMC) vai apresentar ao governo nopróximo dia 20 os resultados de discussões que vem mantendo comdiversos setores da sociedade sobre a redução no país da emissãode gases poluentes, responsáveis pelo aquecimento global. As sugestões, feitas por representantes dos setores empresarial,sindical, de transportes, das secretarias estaduais de Meio Ambientee dos fóruns estaduais sobre mudança climática, poderão reforçara proposta que o Brasil vai levar em dezembro a Copenhague, nareunião sobre as metas que deverão ser seguidas após 2012, quandoexpira o Protocolo de Quioto, sobre despoluição global. O fórum recebeu,na manhã de hoje (13), as propostas da Confederação Nacional dosTransportes (CNT) para a preservação do clima do planeta. De acordocom a CNT, a maior parte (60%) do transporte de cargas no país é feita por viasrodoviárias, percentual que só existe em pequenos países. Adeficiência da infraestrutura rodoviária no país aumenta o custodo uso da malha em 30% e a idade da frota contribui para aumentar apoluição do ar. Conforme a entidade,44% da frota de caminhões em circulação no país têm mais de 20anos de fabricação. Esses veículos são em geral usados porautônomos e provocam engarrafamentos em áreas críticas, como oRodoanel de São Paulo, quando quebram. O ideal, para a CNT, seriasucatear 50 mil caminhões por ano, permitindo que em 12 anos asituação da frota estivesse equilibrada. Apenas um terço da malharodoviária brasileira está em boas condições, e o restante podeser considerado deficiente.Na área dehidrovias, o país dispõe de 44 mil quilômetros navegáveis, masusa apenas 13 mil e depara com problemas estruturais sérios nosportos, além do excesso de burocracia. O setor de ferrovias também requer investimentos e seu uso notransporte de carga, para aliviar a sobrecarga do transporterodoviário, encontra problemas de difícil solução, como a baixavelocidade operacional, em decorrência dos limites das faixas dedomínio e das passagem de nível.De acordo com aCNT, em termos gerais, seriam necessários R$ 280 bilhões parainvestimentos em infraestrutura no setor de transportes, enquanto oPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê a aplicação deR$ 65 bilhões. A Confederação Nacional dos Transportes implementou em julho de2007 o Programa Ambiental do Transporte - Despoluir, que, entreoutras atividades, prevê inspeção voluntária nos veículos deempresas de transporte em todos os estados, para aferir a emissão depoluentes e o consumo de combustíveis com base nas exigênciasestabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. A CNT engloba 31federações de transportes, 348 sindicatos, 17 associaçõesnacionais e 25 associações regionais. O setor é composto por 146mil empresas de transporte e 733 mil transportadores autônomos,totalizando 2,5 milhões de trabalhadores que respondem por cerca de6,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviçosproduzidos no país).