Cartilha ensina agricultores familiares a vender para o Programa de Alimentação Escolar

09/10/2009 - 18h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria de Agricultura Familiardo Ministério do Desenvolvimento Agrário lançou hoje (9) aCartilha da Alimentação Escolar. A publicação, lançada durante a 6ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, ensinaaos produtores rurais e extensionistas como vender seus produtos paraa merenda escolar. ACooperativa dos Agricultores Familiares de Treze de Maio e Região(Coopertreze), de Santa Catarina, foi uma das organizações que secadastraram durante a feira para fornecer alimentos ao Programade Alimentação Escolar (PAE). Seus 230 associados produzem queijo prato tipo colonial, bebidas lácteas, leitepasteurizado tipo C e conservas de hortaliças agroecológicas, vendidos principalmente para as cidades de Criciúma e Tubarão,em Santa Catarina. A Coopertreze já começou a abrir mercado tambémna capital, Florianópolis. Segundo Leandro Fernandes Gomes, um dos administradores da cooperativa, a participação noPAE abre diversas oportunidades. "É a nossa grande aposta daquipara frente, porque, além de ser uma luta histórica da agriculturafamiliar, garante que nosso produto chegue com custo reduzido àsescolas, em grandes quantidades, com qualidade e também com preçoscompetitivos”, disse Gomes. Ele ressaltou que a Coopertreze nãovai concorrer com grandes empresas e que essa é uma oportunidadehistórica para as organizaçõesda agricultura familiar.O coordenador do Programa deAlimentação Escolar do Ministério do Desenvolvimento Agrário,Luiz Humberto da Silva, destacou a importância da cartilha para ospequenos produtores da agricultura familiar e para os técnicosque assessoram as cooperativas do setor, tendo em vista a Lei 11.947,sancionada em junho deste ano. A lei estabelece que pelo menos 30%dos recursos repassados aos gestores públicos pelo Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação (FNDE) sejam aplicados na compra deprodutos da agricultura familiar, destinados à preparação da merenda nas escolas públicas. Neste ano, o percentual corresponde acerca de R$ 600 milhões do Programa Nacional da AlimentaçãoEscolar (Pnae).A lei recomendarespeito aos hábitos alimentares de cada região e o fornecimento deuma alimentação saudável para as crianças. “Isso dialogadiretamente com a produção local”, disse Luiz Humberto. Ele explicou que os nutricionistas precisam conhecer os produtos da região para, combase neles, elaborar o cardápio para as escolas e orientar osgestores para que possam fazer as compras.Além de valorizar os hábitosalimentares de cada região e de recomendar o consumo de produtossaudáveis e adequados, a lei contribui para avalorização dos produtos locais, acrescentou. Até ontem (8), cercade 50 cooperativas de produtores se cadastraram na Secretaria deAgricultura Familiar para vender alimentos para a merenda escolar. Ocadastramento pode ser feito também pela internet,no endereço eletrônico do ministério(www.mda.gov.br/alimentacaoescolar).