Câmara cobra do governo definição de status político de Zelaya

08/10/2009 - 17h49

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara dos Deputados cobrou do Ministério de Relações Exterioresque o governo brasileiro defina o status político a ser concedido aopresidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. O apelo foi feito ontem(7) pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara,deputado Severiano Alves (PDT-BA), ao enviar o relatório elaborado pelacomitiva parlamentar que visitou o país vizinho. Alojado na embaixadahá 16 dias, Zelaya é tratado como “hóspede” pelo governo brasileiro.Paraos parlamentares federais, o governo federal deveria definir se Zelayadeve ser tratado como asilado ou residente. “Nós concluímos que éfundamental essa definição. Não se pode deixar a questão em aberto comoestá”, disse Alves. “O apelo ao Itamaraty já foi feito e agoraaguardamos uma resposta.”De acordo com a interpretação políticado governo brasileiro, Zelaya deve ser tratado como presidenteconstitucional de Honduras e hóspede. Mas os deputados que estiveram emHonduras defendem a mudança de tratamento argumentando que o espaçofísico da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa tem sido utilizado deforma política pelo presidente deposto. Independentemente das divergências de interpretação, na última terça-feira(6), o secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, SamuelPinheiro Guimarães, reiterou que o governo brasileiro mantém o apoio aZelaya, e rechaça qualquer ameaça à democracia e tentativa de golpe deEstado. Pinheiro Guimarães ratificou a posição do governofederal durante a reunião com integrantes da comitiva parlamentar, quefoi em missão a Honduras. Segundo os  deputados, apesar destacontrovérsia, as decisões do governo brasileiro em relação à crise emHonduras devem ser elogiadas.O assunto foi tema de uma sessãona Comissão de Relações Exteriores da Câmara quando os parlamentaresfizeram um relato minucioso sobre as atividades desempenhadas emHonduras.De acordo com os deputados, o fim da crise estápróximo porque tanto Manuel Zelaya como o presidente de Honduras,Roberto Micheletti, dispõem-se a buscar alternativas negociadas. Nostrês dias que passaram na capital hondurenha, os parlamentaresconversaram com os representantes dos dois presidentes, autoridades políticas, os 15integrantes da Suprema Corte hondurenha e ainda os membros de associaçãode brasileiros e da sociedade civil.No último dia 21, Zelaya ecorreligionários se instalaram na Embaixada do Brasil na capitalhondurenha – Tegucigalpa. Zelaya foi deposto no dia em 28 de junho em um golpe apoiado por integrantes do Congresso, da Suprema Corte e das Forças Armadas do país.