Estudantes protestam no Rio contra vazamento da prova do Enem

02/10/2009 - 13h32

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio - Cerca de 500estudantes de escolas particulares e cursinhos protestaram hoje (2)contra o vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).Os alunos marcharam do Forte de Copacabana à área em frente ao Hotel Copacabana Palace,onde cerca de 50 mil pessoas acompanham a transmissão do anúncio dacidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.Para uma das lideranças damanifestação, o estudante Felipe Senecha, o vazamento e o posterioradiamento da prova “são uma violência psicológica”. Concorrendo a umavaga no curso de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele disse que o episódio vai atrasar o processo seletivo de várias instituições de ensino superior.“Ogoverno federal não consegue organizar uma prova, como quer fazer uma Olimpíada?", questionou. “Estava me preparando e agora não sei maiscomo vai ser. Estava estudando muito, estava preparado para o Enem.Isso atrasou todos os vestibulares”, reclamou.O aluno do CursoMiguel Couto, Vitor Carvalho, disse que a manifestação teve apoio de umdos professores do cursinho pré-vestibular, que estimulou os estudantesa se organizar. De acordo com Vitor, o mesmo professor facilitou amobilização juntamente com outras escolas e cursinhos, que organizaram amanifestação pela internet.Acompanhando o protesto, arepresentante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) Gabriele D'Almeida, estudante do Colégio PedroII, levantou suspeitas sobre a manifestação. Embora qualifique ovazamento do Enem como um “absurdo”, ela considera que o processo seletivo, “maisinovador que o vestibular”, pode despertar a resistência de alguns setores.“Osistema de pré-vestibulares rende muito dinheiro e enriquece muitaspessoas. Sabemos que com a substituição do vestibular pelo Enem, emcurto prazo os cursinhos vão perder sua função, até porque o Enem, umaprova de pensar, toma o lugar do decoreba, do adestramento dopré-vestibular”, afirmou.O adiamento da prova foi decidido porque oconteúdo do exame vazou. O jornal OEstado de S. Paulo informou ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que foi procurado quinta-feira (30) por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provasdo Enem que entregaria em troca de R$ 500 mil.