Brasil sai da crise como protagonista do processo econômico mundial, diz consultor

09/09/2009 - 20h24

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de um anoenvolto pela crise financeira que abalou todas as economias, oBrasil sai de dois trimestres de depressão econômica com acredibilidade externa em alta, de acordo com o presidente da TrevisanConsultoria e Gestão, Antoninho Marmo Trevisan, que também fazparte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).Ele disse que saiu derecente encontro com autoridades europeias, em Bruxelas, na Bélgica,com a sensação de que “vivemos agora uma situação em que somosprotagonistas do processo econômico, e não mais coadjuvantes”.Existe, segundo ele, uma percepção clara, lá fora, de que o Brasilconstruiu uma rede de proteção social e econômica eficaz, emalicerces bem estruturados.No seu entender, essasbases permitem atender rapidamente as demandas a que a “catastróficaespeculação mundial nos levou e cuja explosão sentimos mais fortea partir de setembro do ano passado”, com a falência do banconorte-americano de investimentos Lehman Brothers, que levou àquebradeira de bancos menores, nos Estados Unidos e na Europa.Segundo ele, aatratividade do Brasil para investimentos externos é crescente, commais divisas para o país e a consequente manutenção da cotaçãodo dólar norte-americano em baixa. Sua atenção se volta, pois,para o cenário interno, onde se deve “eliminar gorduras, estimulara pesquisa e o desenvolvimento, não apenas na tecnologia eletrônica,mas sobretudo na capacitação humana”.Defensor da reduçãodo spread bancário (diferença entre as taxas cobradas pelosbancos na captação e na concessão de empréstimo) que, segundoele, são mantidos em “patamares incrivelmente elevados”,Trevisan defende a necessidade de juros mais baratos para garantircrédito ao setor produtivo, com mais emprego e renda para otrabalhador.De acordo com ele, ascorporações melhoraram seus processos de gestão e governança, osconsumidores estão mais atentos e exigentes na hora de gastar, aretomada da economia mundial se dá hoje em novas bases. Portanto,governo e sociedade civil devem somar esforços para o crescimentoestrutural do país, destacou Trevisan à Agência Brasil, aoanalisar o primeiro ano da crise financeira.Perder essaoportunidade, acrescentou, “pode significar anos de retrocessodiante de perspectivas extremamente positivas de crescimentopropiciadas por nosso mercado consumidor em expansão e por nossotradicional empreendedorismo”.