Brasil sobe oito posições no ranking de competitividade mundial

08/09/2009 - 9h01

Da Agência Brasil

Brasília - OBrasil subiu oito posições no ranking decompetitividade elaborado anualmente pelo Fórum EconômicoMundial e divulgado hoje (8), em parceria com a FundaçãoDom Cabral. Com o resultado, o país passa a ocupar o 56º lugar em um grupo de 133 economias. As informaçõessão da BBC Brasil.

ORelatório de Competitividade Global 2009 revela que o Brasilmelhorou sua posição em função, sobretudo, dosavanços nos pilares de estabilidade econômica esofisticação do mercado financeiro. Em ambos os casos,o país subiu 13 posições.

Oprofessor da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda,lembrou que o Brasil ainda está longe dos “dez mais” doranking, mas que foi “o grande destaque" do relatórioeste ano.

“Se considerarmos sua dimensão e o fato de opaís vir sistematicamente ganhando posições, semdúvida, o Brasil foi o grande destaque este ano”, dizArruda, que é coordenador da pesquisa no Brasil. Nos últimostrês anos, o país subiu 16 posições.

Deacordo com o relatório, o Brasil apresentou o melhordesempenho entre os quatro principais países emergentes, oschamados Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). China eÍndia subiram um ponto cada, enquanto a Rússia caiu 12– aparecendo atrás do Brasil, pela primeira vez.

Arrudaafirmou que, no caso brasileiro, houve avanços “importantes”dentro do quesito de estabilidade econômica, mas que o Brasilainda ocupa uma posição “ruim” nessa categoria(109º lugar).

Eledestacou o crescimento do consumo no país e o controle dainflação como fatores que ajudaram o Brasil a melhorarsua posição nesse quesito. “Mas esse pilar ainda nãoé o nosso forte. Se consideramos os juros cobrados pelosbancos, por exemplo, o Brasil fica na 128ª posição”,disse o professor.

Orelatório de competitividade considera 12 quesitos. Asmelhores colocações do Brasil foram registradas emtamanho de mercado (9º lugar) e em ambiente empresarial (32ºlugar) – praticamente os mesmos níveis registrados nolevantamento de 2008. Segundo Arruda, também houve ganhos naeficiência do mercado de trabalho (11 posições),que avalia sobretudo a relação entre empregadores eempregados.

Apesarde ter subido oito pontos no ranking, o Brasil mantém posições mais baixas em diversos itens, como emestabilidade econômica (109º lugar), eficiência domercado (99º lugar) e instituições (93ºlugar).

SegundoArruda, quando o assunto é competitividade, o país temtrês problemas “endêmicos”, ou seja, áreasonde o Brasil não consegue melhorar sua posição,que são: falta de reformas (entre elas, a tributária);infraestrutura e ética na gestão pública. “Nesseúltimo quesito, estamos entre os piores do mundo”, afirmou.

Deacordo com o professor, o levantamento, feito com presidentes deempresas de todo o mundo, considera não apenas as estatísticasde cada país, mas também as percepçõesdesses empresários. Os dados foram coletados entre janeiro ejunho deste ano.

Orelatório mostra também que a crise financeirainternacional não teve impacto significativo no ranking.Apesar de os Estados Unidos terem perdido a liderança para aSuíça, não há grandes diferençasentre os dez primeiros da lista.