Minc diz que emissões de gases do pré-sal não impedem exploração

01/09/2009 - 0h51

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A exploraçãoda camada pré-sal vai liberar pelo menos três vezesmais gás carbônico que a camada pós-sal, deacordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. No entanto, oministro afirmou hoje (1°) que, “apesar de significativas”,as emissões elevadas não inviabilizam a exploraçãodas novas reservas.Ontem (31), o governoenviou ao Congresso Nacional os projetos de lei para o marcoregulatório da exploração do pré-sal. Ostextos do Executivo não preveem nenhum tipo de esforçoadicional para aumentar o controle de emissões de efeitoestufa.A saída, segundoMinc, é o desenvolvimento de tecnologias para garantir que ocarbono do pré-sal não chegue à atmosfera. Amais cogitada, e já em estudo pela Petrobras, é acaptura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês).Em linhas gerais, o mecanismo permite retirar o carbono e“enterrá-lo”.No entanto, ainda nãohá no mundo um marco regulatório para o CCS. “Qual onível se segurança para que o carbono não vaze?Vai haver algum tipo de seguro? Qual o nível de supressãodo carbono? Ainda há muitas incertezas”, disse Minc.A tecnologia tambémtem custos altos de operação, de acordo com o ministro.Durante audiência na Comissão Mista de MudançasClimáticas, Minc pediu que os parlamentares comecem a pensarna regulamentação do mecanismo para ser implantada nopaís, inclusive para as reservas do pré-sal. “Sem marcoregulatório não podemos exigir nada.”Minc incluiu o meioambiente e o desenvolvimento sustentável entre as áreasprioritárias para investimentos do Fundo Social – que seráabastecido com recursos do pré-sal – como um trunfo nadiscussão das regras para exploração das novasreservas. “O percentual [para o meio ambiente] ainda nãoestá definido, mas serão recursos significativos”,disse.