Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Democratas e o PSDBreagiram à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deencaminhar em regime de urgência constitucional quatro projetos quetratam do marco regulatório para a camada pré-sal. Na reunião comos governadores, ontem no Palácio da Alvorada, o presidente teriaafirmado que não haveria regime de urgência, o queacalmou os ânimos da oposição na manhã de hoje.Logo após a reuniãocom ministros e líderes da base aliada para apresentar as propostasdo governo, foi anunciado que haverá a urgência. O tom entretucanos e DEM mudou. “Colocaram na cabeça do presidente Lula que apolítica do governo para o Congresso deve ser feita na base da tropade choque. Partiram para a radicalização”, afirmou o presidentedo PSDB, Sérgio Guerra (PE) à Agência Brasil.O senador qualificou adecisão de “escandalosa” e considera temerário tentar votarprojetos da envergadura do pré-sal num prazo regimental de 45 diaspara cada Casa parlamentar (Câmara e Senado). Sérgio Guerra nãotem dúvidas de que as quatro propostas anunciadas pelo governocorrem o risco de ter o mesmo destino, no Senado, que a tentativa doExecutivo de prorrogar a vigência da Contribuição Provisóriasobre a Movimentação Financeira (CPMF), rejeitada em 2007.O líder do DEM,José Agripino Maia (RN), considera que o governo transformou aquestão do pré-sal em “marketing eleitoral”, de preparaçãopara a campanha presidencial de 2010. “Estão fazendo com o pré-salo que fizeram com o lançamento do programa do biodiesel que foivendido como a redenção do Brasil”, afirmou o parlamentar.Quanto a tramitaçãodos projetos no Congresso, o democrata ressaltou que a oposição vaitratar do assunto de forma realista e cuidadosa. “Uma coisa que vemsendo tratada há dois anos não pode ser resolvida em 45 dias”,disse José Agripino.De acordo com odeputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que participou da reunião,quatro projetos serão encaminhados ao Congresso: A criação doFundo Social, a constituição da Petrosal, o que trata dacapitalização da Petrobrás e o projeto de lei relativo aoscontratos de partilha.