Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (27) que odinheiro para arcar com o novo acerto entre Brasil e Paraguai emrelação à Hidrelétrica de Itaipu sairá de um rearranjo na cobrança dosjuros da dívida dos paraguaios pela construção da usina.Depoisde negociações em Assunção, capital paraguaia, no final de semana, opresidente Luiz Inácio Lula da Silva concordou em triplicar a taxaanual de US$ 120 milhões, que paga pela cessão da energia não utilizadapelo Paraguai, ou seja, passará a pagar US$ 360 milhões. O aumentoainda precisa da aprovação dos Congressos dos dois países para entrarem vigor.Pelo Tratado de Itaipu, cada país tem direito à metade daenergia produzida pela usina e o que não for usado deve ser vendido aosócio. Atualmente, o Paraguai utiliza somente 5% da energia a que temdireito. O restante é vendido à Eletrobrás.Segundo Lobão, cabeao Tesouro Nacional fazer o cálculo sobre os juros da dívida e repassarao vizinho. “O dinheiro sairá do cálculo que se estabelece para acobrança da dívida que a Itaipu Binacional constitui no exterior e embancos nacionais. Vai-se procurar ajustar os juros aos jurosinternacionais, de tal forma que essa diferença, se houver, possa serrepassada para o governo do Paraguai”, afirmou Lobão, depois de reuniãocom o presidente Lula, no Centro Cultural Banco doBrasil (CCBB).A previsão é que o Paraguai quite, em 2023, adívida com o Brasil por causa da construção, estimada em US$ 19,6bilhões. O ministro reforçou que a conta de luz do brasileiro não vaiaumentar devido à nova negociação. “O consumidor de energia não vaipagar. A ideia é que o contribuinte também não”, afirmou o ministro.Lobãoexplicou ainda que o encontro com Lula foi para fazer um balanço dosetor energético que, segundo ele, caminha “na direção certa”, sem riscode falta de energia ou “sobressaltos”.