Ministério da Pesca vai ampliar maior projeto de maricultura no país

20/07/2009 - 9h59

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Maior iniciativa naárea da maricultura no país, o Projeto Pomar, desenvolvido há 10anos no sul do estado do Rio e no norte de São Paulo, espera apenaso início da construção da Usina Angra III, em Angra dos Reis, parainstalar as duas primeiras fazendas demonstrativas que aumentarão aprodução de vieiras e de bijupirás, melhorando tanto a economia daregião quanto o desenvolvimento sustentável.“Toda a papelada jáestá acertada e as obras da usina poderão começar em pouco mais deum mês”, diz o coordenador-geral de Maricultura do Ministério daPesca, Felipe Matarazzo Suplicy.Segundo ele, os R$ 25milhões virão de compromissos assumidos com toda a região, desde aÁrea de Proteção Ambiental dos tamoios até os maricultores que sededicam às vieiras com o apoio da Eletronuclear e da Petrobras.O passo inicial foidado na semana passada, com a assinatura do acordo de cooperaçãoentre os governos brasileiro e britânico para a transferênciatecnológica na área de maricultura. No entanto, do papel à açãoé preciso que comecem as obras da usina Angra III, porque dalisairão os R$ 25 milhões destinados à ampliação do Projeto Pomarpelo Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía de Ilha Grande e peloMinistério da Pesca para a região.Logo de início serãocriadas duas fazendas demonstrativas, em Angra dos Reis e Paraty,para maricultores de vieira e de bijupirá. O primeiro é um molusconobre, que se compra por unidade e não por quilo, como os demais. Osegundo é um peixe de carne branca que deve conquistar o públicoconsumidor de salmão. Ao contrário do salmão, o bijupirá se dábem em águas menos frias que as do Pacífico Sul, como as de Angrados Reis, Paraty, Ubatuba, Caraguatatuba e Ilhabela.O Projeto Pomar édesenvolvido na região sob a responsabilidade do Instituto deEcodesenvolvimento da Baía de Ilha Grande, mas serásubstancialmente ampliado a partir dos próximos meses, com ainstalação das duas fazendas demonstrativas. A produção atual devieiras, na faixa de 20 toneladas por ano, deverá alcançar 360toneladas por ano.“Em 2015 esperamos ter 25 fazendas, com 300 produtores cooperados eprodução de três mil quinhentas toneladas por ano”, adiantaFelipe.A turma inicial terá 30 maricultores, que receberão instruções emdiversos níveis, como economia solidária, cooperativismo, manejoambiental e outros aspectos do trabalho que pretende formar umacultura nova. “É o maior projeto na área de maricultura no Brasile temos muita confiança nele”.Junto com as duasfazendas, serão implantados dois laboratórios, um para vieira eoutro para bijupirá, que vem atraindo muitos maricultores pela altaprodutividade e facilidade de criação. Enquanto o salmão precisade três anos para alcançar dimensões de mercado, o bijupirá gastaapenas um. Os peixes para criação serão repassados aos participantes do projeto ao atingirem entre 150 e 200 gramas de peso.“Nosso propósito étransferir o conhecimento e as tecnologias aos poucos aosmaricultores”, explica Felipe.A cada ano, oMinistério da Pesca pretende repassar às turmas parte dasresponsabilidades do projeto, inclusive as financeiras. “Temos deestar preparados para os calouros que vão ingressar a cada ano.”A expectativa é delogo o financiamento do Projeto Pomar atingir R$ 35 milhões, com oacréscimo de R$ 10 milhões da Petrobras e do Ministério da Pesca.A cooperação com o Reino Unido, que detém alta experiência emmaricultura, e a modernização a ser introduzida na regiãoalimentam as esperanças não apenas do coordenador-geral deMaricultura do ministério, mas também as dos parceiros e produtoresdo litoral sul fluminense e norte paulista.