Empresas voltam a buscar recursos no mercado para se reestruturarem, mostra Andima

20/07/2009 - 16h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O mercado brasileiro dedebêntures cresceu 167% no primeiro semestre, emcomparação com o mesmo período do ano passado,subindo de 1.757 para 4.687 operações. Os números foramdivulgados hoje (20), pela AssociaçãoNacional das Instituições do Mercado Financeiro(Andima). O volume negociado dobrou na mesma comparação,passando de R$ 5,4 bilhões, nos seis primeiros meses de 2008,para R$ 10,8 bilhões entre janeiro e junho deste ano. As debêntures sãotítulos representativos de dívidas de médio elongo prazos que asseguram, a seus detentores, direito de créditocontra a empresa emissora. Elas são negociadas no mercadosecundário, ou seja, em bolsas de valores. Segundo o superintendente deProdutos e Relações Institucionais da Andima, LuizMacahyba, a expansãodo mercado de debêntures nacional se deve a três fatores.“Houve uma redução importante das taxas de juros, nosúltimos meses. E isso reduz o custo de captaçãoda empresa. Uma empresa que estava com decisão de tomarrecursos no mercado de capitais, quando vê a taxa de juroscaminhando para o seu limite inferior, aproveita essa janela deoportunidades”, disse. Os outros fatores sãoa sensação de que o pior da crise financeirainternacional já passou e o favorecimento da situação atual diante da quase paralisação do mercado de capitais no segundo semestre de2008. De acordo com Macahyba, a debênture é o instrumentomais flexível que as empresas têm para captar recursosno mercado e se capitalizarem. O lançamento de debênturespode objetivar a reestruturação de passivos,financiamento de investimento produtivo, aquisição deoutra empresa, entre outras atividades. “É um ativo queconsegue se moldar às necessidades de caixa das empresas”, explicou. O superintendente da Andima acreditaque este ano marcará uma retomada do mercado dedebêntures no Brasil e do mercado de capitais como um todo. “Épossível que a gente já tenha batido no fim do poçoe que o caminho agora seja de retomada.”Ele afirmou que, se ocrescimento previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) atingir,de fato, entre 3,5% a 4% em 2010, isso significará impulso paraas negociações em bolsas de valores. “Crescimentoeconômico é sinônimo de necessidade de recursospara as empresas. E, aí, o mercado de capitais cumpre essepapel como poucos”, concluiu.