Instalação oficial dos trabalhos do Conselho de Ética está nas mãos do PMDB

13/07/2009 - 13h11

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Está nas mãos do PMDB a decisão de instalar ainda nesta semana, ou deixar para agosto, após o recesso parlamentar, o Conselho de Ética do Senado. Com os nomes já indicados pelos partidos, a composição depende apenas da votação em plenário.Como o parlamentar mais idoso do colegiado, no caso Paulo Duque (PMDB-RJ), convoca e preside a primeira reunião, o andamento do requerimento do P-SOL e da denúncia do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode ficar para agosto.O líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a instalação dos trabalhos dependerá ainda de conversas com os partidos. Ele acrescentou que o que deve ocorrer amanhã é apenas a votação em plenário da indicação dos nomes apresentados. Calheiros destacou que a convocação da primeira reunião não é uma ato unilateral do senador mais idoso (Paulo Duque), mas consequência de uma negociação entre as lideranças.Na primeira reunião, o senador peemedebista conduzirá a eleição do presidente do colegiado. A definição do relator, pelo regimento, será feita por sorteio dos nomes dos integrantes do conselho, que, por sua vez, não poderá ser do mesmo partido do presidente.Os senadores que defendem o afastamento de Sarney estão alertas para uma possível manobra. O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), por exemplo, disse que a instalação do Conselho de Ética é fundamental antes de se pensar em qualquer nova representação ou denúncia contra Sarney.“A tarefa do DEM é exigir a instalação do Conselho de Ética. A partir daí, ele estará habilitado a deliberar. É o conselho quem delibera, não os partidos”, afirmou o líder, que aguarda a votação em plenário das indicações para amanhã.Já o P-SOL estuda a possibilidade de uma nova representação contra Sarney ou um aditivo a que já foi feita pelo partido. De acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, ao contrário do que afirmou em plenário na semana passada, o presidente do Senado tem responsabilidades administrativas nas decisões da Fundação José Sarney, com sede no Maranhão.O senador José Nery (P-SOL-PA) já conta com uma possível manobra do PMDB para protelar a instalar o Conselho de Ética depois do recesso parlamentar. Mesmo assim, ele disse que o partido tomará uma posição ainda nesta semana sobre as novas denúncias. A fundação é suspeita de ter aplicado parte dos recursos recebidos da Petrobras, por meio de convênios, em empresas fantasmas ligadas a parentes do senador.O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), que aguarda a instalação do Conselho de Ética para esta semana, acredita que não há necessidade de uma nova representação partidária. “Em agosto, quando os trabalhos efetivamente começarem, pode-se fazer um apensamento a representação já existente. Uma nova representação [contra Sarney] burocratiza a tramitação”, disse o parlamentar.