Desigualdade é mais grave na cobrança da chamada tarifa social

13/07/2009 - 10h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O problema dadesigualdade é mais grave nas tarifas que são cobradas das famíliasde nível de renda mais baixa, a chamada tarifa social, segundoconcluiu estudo realizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico daUniversidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ).Em cada área deconcessão há um subsídio para as famílias pobres, no entanto,quando se comparam as tarifas sociais entre os estados brasileiros,aparecem as diferenças. A população de baixa renda do Piauí, porexemplo, uma das regiões mais pobres do Brasil, paga por quilowatthora (KWh) um valor inferior ao pago por uma família de classe médiade Brasília (DF) ou do bairro dos Jardins, na capital paulista.O estudo revela que arenda per capita (por habitante) no Piauí é de R$ 4.210 porano, em média, enquanto, em Brasília esse valor é de R$ 37.600. Atarifa de energia real paga no Piauí por KWh é de R$ 0,23. A classecarente de Brasília paga R$ 0,14 por KWh. “É um contrassenso, umparadoxo para um país como o nosso”, disse Castro.O coordenador do Geselafirmou que o problema da diferença tarifária no consumo industriale comercial terá também de ser atacado mais à frente. Nessemomento, entretanto, por se tratar de um problema social mais grave,enfatizou que é preciso diminuir a diferença de tarifa na classe debaixa renda, com prioridade.“Porque são essasfamílias pobres que estão sendo muito prejudicadas. Se, por umlado, elas ganham um benefício social, que é o Bolsa Família, poroutro lado, na hora de pagar a conta de luz, é como se estivessemtirando esse benefício, porque a tarifa ali é muito alta em relaçãoao custo de vida delas”.A diferençade tarifas de energia elétrica estará em debate no próximo dia 16,durante fórum promovido na Casa da Ciência, pelo Grupo de Estudosdo Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro(Gesel/UFRJ).