Priscilla Mazenotti e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Adecisão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de determinar aanulação dos atos secretos na Casa repercutiu entre os parlamentares,inclusive entre os que pedem seu afastamento do cargo. Osenador Renato Casagrande (PSB-ES), por exemplo, uma das principaisvozes entre os que defendem a saída de Sarney da presidência da Casa, considerou “adequada” a anulação dos atos secretos. Para Casagrande, a decisão melhora a situação política de Sarney entre seuspares. “Toda medida que o Sarney tome de enfrentamento da crise,melhora o ambiente em torno dele.” Noentanto, ressaltou o parlamentar, o presidente doSenado precisa esclarecer as denúncias que pesam contra ele, como as deirregularidades na Fundação José Sarney.Aliado de Sarney, o líder do PTB, Gim Argello (DF), não consideroutardia a decisão. “Isso é o presidente Sarney. Doa a quem doer, eletomou a decisão”, destacou Argello. Aindaassim, Sarney não convenceu outros líderes com a decisão de anular os atos secretos, que foi anunciada hoje (13).Para o líder do PSDB, Arthur Virgílio (PSDB-AM), os atos deveriam ser anulados antes. “Isso veio com um atraso brutal. Parece o sujeito queri da piada um mês depois que ela foi contada”, comparou. O líder do DEM, José Agripino (RN), tem opinião semelhante: “Se está sendo feito agora, é sinal de que já poderia ter sido feito antes”, afirmou. Sarneydeterminou a anulação dos 663 atos secretos e estabeleceu prazode 30 dias para que a Diretoria-Geral do Senado defina como será o ressarcimentoaos cofres públicos daquilo que eventualmente tenha sido pago de formaindevida.