Indicadores da CNI mostram aumento de utilização da capacidade instalada da indústria

07/07/2009 - 18h07

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento dacapacidade instalada da indústria indica uma recuperaçãoconsistente do setor. A constatação é doeconomista chefe da Confederação Nacional da Indústria(CNI), Flávio Castelo Branco, ao divulgar hoje (7) osindicadores da indústria do mês de maio.“Depois de cairvertiginosamente no fim do ano passado, o uso da capacidade instaladatem melhorado de forma mais consistente, motivado pela recuperaçãogradual da demanda de consumo doméstico e pelo forte reajustede estoques feito pelas empresas”, afirmou. “Mas isso foi apartir de um patamar considerado muito baixo”, completou. A utilizaçãoda capacidade instalada cresceu 0,4 ponto percentual entre abril emaio, passando de 79,4% para 79,8% – dados dessazonalizados. Emmaio de 2008, o índice estava em 82,4%. "Isso mostra quea indústria já fez um ajuste mais forte de estoque eque um aumento da demanda poderá resultar no aumento daprodução", disse o economista da CNI.De acordo com oeconomista da CNI, “três dos 19 setores analisados passaram aregistrar expansão de faturamento: o de minerais nãometálicos, que cresceu 4,2% na comparação commaio de 2008; o de têxteis, que aumentou em 1,9% durante omesmo período; e o de vestuário, com 1,1% decrescimento”.Por outro lado, foi registrada, tambémna comparação com maio de 2008, uma queda mais intensano faturamento de outros setores, como o de couro e calçados(-8,6%), de refino e álcool (-12,9%), de material eletrônicoe de comunicação (-14,4%), e de produtos de metal(-16,5%).O economista chefe da CNI informou ainda que a alternância de dados positivos e negativos registrados apartir de maio demonstra que a economia do país estánum processo de transição. “Teremos um segundotrimestre com as características de transição, eisso fica evidente quando constatamos a alternância de dadospositivos e negativos dos indicadores de maio”, disse. Castelo Brancoavaliou que a recuperação do crescimentoindustrial depende primordialmente dos investimentos e dasexportações. “Essas duas demandas sãoextremamente importantes para a normalização daatividade e para um ritmo de crescimento mais claro e sustentado. Masinfelizmente elas ainda não estão presentes em nossosindicadores”, disse. A expectativa do economista da CNI éde que a situação de melhora fique mais evidente quandoa partir de julho. “O segundo semestre deverá ser diferente,apresentando de forma mais clara os sinais de recuperação,ainda que moderada”, prevê Castelo Branco.