Comércio espera crescimento maior com medidas de desoneração e aumento de crédito

29/06/2009 - 18h56

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As medidas dedesoneração e de ampliação do créditoanunciadas hoje (29) pelo governo foram bem recebidas pelo comércio, que elevou sua projeção de crescimentopara este ano em 0,3 ponto percentual. Segundo o economista FábioBentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), osetor esperava crescer neste ano 4% em relação ao anopassado. O percentual foi revisto para 4,3% logo após oanúncio das medidas. “Ainda estamos longede retomar o ritmo de crescimento do ano passado, mas, com as medidasadotadas anteriormente, já prevíamos crescimento de4%. Com as novas medidas, aumentamos essa perspectiva mais umpouquinho, para 4,3%. E, como as medidas de isenção do IPI[Imposto sobre Produtos Industrializados] vão continuar em vigor, esperamos um impacto no comércio de 0,5% até o finaldo ano”, destacou.De acordo com Bentes, a revisão daexpectativa de crescimento de venda se dáem função do mercado de bens duráveis, comoautomóveis, e de produtos da chamada linha branca, como geladeiras e fog]ões, beneficiados pelaredução do IPI. O comércio também apostaque a ampliação do crédito, sobretudo parapessoa jurídica, terá impacto positivo nas vendas.Embora, no Brasil, o comérciotenha sentido menos os efeitos da crise que a indústria,o nível de crescimento esperado para 2009 ano estámuito aquém do resultado dos últimos anos. Em 2007, o comércioregistrou crescimento de 9,7% em relação ao anoanterior. Em 2008, a expectativa até setembro, quando a crise econômica se agravou, era fechar oano com taxa superior a 10%. “Houve a crise quepuxou essa taxa para baixo”, lembrou Bentes. Mesmo assim, o setorconseguiu fechar o ano com crescimento de 9,1%. “Neste ano, osdados já estão contaminados pela crise, e estamos comuma projeção bem realista de 4,3%”, afirmou Bentes. “É claro que não é só a questãodo crédito que influencia o comércio. Os númerosdo mercado de trabalho estão ajudando, e tem também aquestão da inflação, que estárazoavelmente sob controle”, completou.