Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto disse que o Brasil importou uma crise que não era sua porexcesso de “solidariedade” dos banqueiros do país em seguir o restantedo mundo e cortar os créditos às empresas. Segundo ele, houve também uma ação atrasada do BancoCentral, que não ofereceu “o conforto que poderia ter dado naqueleinstante”.“Meu sentimento é que nós importamos a crise dia 16 desetembro. O Brasil é um país com um sistema financeiro rígido, commercado externo relativamente fechado. O Brasil não precisava terimportado essa crise”, disse Delfim Netto em entrevista à Agência Brasil e ao telejornal Repórter Brasil, que vai ao ar na noite de hoje (16) pela TV Brasil. Para Delfim Netto, a crise econômica não vai gerar muitas preocupações para os candidatos às eleições presidenciais do próximo ano por acreditar que o Produto Interno Bruto (a soma de bens e serviços produzidos no país) vá apresentar um crescimento de até 4% em 2010, afastando definitivamente os “vendedores de óleo de cobra” que costumam aparecer em épocas de crise como solução para todos os problemas.“O cenário para o ano que vem é que, na eleição, vamos estar rodando a 3,8% a 4%. Isso é uma coisa interessante porque significa que o Brasil vai se libertar. Se você fizesse a eleição num processo recessivo, os vendedores de óleo de cobra, que são o remédio que trata desde unha encravada até câncer, iriam abundar no Brasil, fazendo um estrago danado. Crescendo como eu acho que vai estar crescendo, só vão sobrar realmente os candidatos viáveis e razoáveis”, disse ele. Delfim disse que que o momento crítico da crise passou pelo Brasil no quarto trimestre do ano passado e a economia agora já está dando sinais de recuperação. E destacou o pré-sal como uma das vantagens do país para superar a crise mundial. “O pré-sal é uma mudança completa. O que abortava o crescimento do Brasil e o que sempre abortou era ou crise de energia ou crise em contas correntes. O pré-sal resolve os dois ao mesmo tempo. Está a 300 quilômetros da praia e a seis mil metros de profundidade. Mas sabemos como ir até lá”, ressaltou.Confira em instantes a entrevista completa com o economista Delfim Netto no Repórter Brasil ,às 21 horas, e na Agência Brasil.