Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diante do impasse entre PT e PMDB para definir osnomes que vão ocupar a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentarde Inquérito (CPI) da Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silvadecidiu tomar parte nas negociações. Lula irá discutir o assunto com opresidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com os líderes do PT e do PMDB na Casa, Aloizio Mercadante (SP) e Renan Calheiros (AL), respectivamente.Segundo o ministro de Relações Institucionais, José MúcioMonteiro, a intenção de Lula é “assuntar sobre a montagem da relatoriae da presidência”. Questionado se não é preocupante o presidente Lula ter quechamar para si a responsabilidade de intervir em uma negociação quedeveria ser resolvida entre os dois partidos da base aliada, e se essanão seria uma forma de pôr panos quentes no impasse, Múcio negou.“Não há necessidade de panos quentes, está-se discutindo apenas quemvai participar.” O ministro disse que a expectativa é de que os nomes sejam definidos, e a CPI instalada na próxima quarta-feira(10). Na avaliação de José Múcio, uma vez instalada a CPI, não serápossível escapar ao “tom político” durante o andamento dos trabalhos. “Éuma CPI importantíssima. A apenas um ano das eleições, não vamosconseguir fugir de um tom político. Isso é do próprio sentimento da Casa [Senado], seja lá de que lado for”. Múcio,no entanto, acredita que não haverá interesse dos oposicionistasem fazer “pirotecnia” durante a CPI. “Acho que a própria oposição, quefez questão de instalar a CPI, não vai ter interesse em pirotecnia. Algumas coisas vão ser esclarecidas e o esclarecimento interessa também ao governo”.O ministro fez asdeclarações após a reunião de coordenaçãopolítica, na qual o assunto foi discutido por ministros e pelo presidente Lula. Outro tema discutido na reuniãofoi o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), considerado positivo pelos participantes. Diferentemente do habitual, desta vez,não foi feito um panorama da situação econômica, já que o ministro daFazenda, Guido Mantega, não participou da reunião, porque cumpria agenda fora de Brasília.