Quarta Unidade de Polícia Pacificadora do Rio será inaugurada em junho

29/05/2009 - 16h07

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos morros Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, será inaugurada no dia 10 de junho. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que esteve hoje (29) na comunidade para acompanhar as obras. Será a quarta comunidade do Rio a ter umaUnidade de Policiamento Pacificadora. As favelas do Batan e Cidade deDeus, na zona oeste, e o Morro Dona Marta, na zona sul, já contam comesse tipo de policiamento.Segundo Beltrame, a nova unidade seguirá o exemplo do policiamento comunitário adotado no MorroDona Marta, em Botafogo. Ele disse que pretende colocar uma mulher no comando,com perfil parecido com o da capitã Priscilla Oliveira de Azevedo, que tem recebido elogiosda população do Dona Marta. Para o secretário, mais importante do queconhecer as futuras instalações da unidade, que contará com opoliciamento de cerca de 100 homens, foi poder conversar com acomunidade.“É fundamental conversar com a população local parasaber como está recebendo o projeto. Por isso, estamos aqui, e oque vi foi que, embora faltem muitos serviços, já não falta maissegurança. Agora convoco meus outros colegas das outras secretarias para quevenham com os demais serviços, pois há uma ambiência segura para as atividadespúblicas e privadas”, disse Beltrame. A presidente da Associação dos Moradoresdo Chapéu Mangueira, Maria Helena Rodrigues, disse que a segurançamelhorou para os cerca de 3 mil moradores, depois da chegada de 50 policiais militares, que ocupam a área desde o dia 16 de maio, mas alertou para a necessidade de políticas sociais para a comunidade. “Agente quer que os projetos sociais cheguem realmente. Não aquelecursinho, que dura três meses e depois nossos jovens ficam sem trabalhoe sem oportunidade. Já estamos cheios de promessas aqui no Chapéu Mangueira e [no Morro da] Babilônia. Queremos resultados”, disse a líder comunitária. A equipe daAgência Brasil conversou com alguns moradores, que acusaram os policiaisdo Batalhão de Operações Especiais (Bope) de truculência com quem sobeou desce o morro depois das 22h. “Eles destratam as mulheres e são violentos com os rapazes quetransitam na comunidade sem documentos. Se antes tínhamos medo dostraficantes, agora temos medo da polícia”, disse uma moradora, que não quisse identificar. Os moradores também se queixaram de que os policiais proíbem aentrada do serviço de gás na comunidade, obrigando-os acarregar os botijões até suas casas.O projeto dePoliciamento Comunitário no Rio prevê a presença permanente dos policiais comunitários e a implementação de programas sociais de educação,esporte, saúde e oferta de emprego para os moradores.