Esplanada dos Ministérios pode passar por "reforma verde"

19/05/2009 - 18h10

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AEsplanada dos Ministérios, construída no fim da décadade 1950, pode ganhar uma reforma "verde", com técnicasde construção sustentável para reduzir o consumode energia e até as emissões de gases de efeitos estufados 16 prédios que compõem o conjunto. A proposta foiapresentada hoje (19) durante o seminário ConstruçõesSustentáveis para uma Nova Economia.

Alémda retrofitagem – processo de modernização – dosprédios antigos, o projeto inclui a construçãode sete novos edifícios anexos que abrigariam órgãosdo governo federal que atualmente funcionam em prédiosalugados em outras áreas de Brasília. Para sair dopapel, a ideia deve custar R$1,6 bilhão, financiadospor meio de uma parceria público privada (PPP).

"Ogoverno vai pagar com o que economizar com o consumo de água eenergia e com projeções imobiliáriasem Brasília", calcula o presidente da CâmaraBrasileira da Indústria da Construção (Cbic),Paulo Simão.

Parase tornar ecologicamente corretos, os prédios passariam pormudanças na parte elétrica, para garantir eficiênciaenergética, inclusão de mecanismos de economia de águae utilização de vidros com menor absorçãode calor para reduzir o uso de aparelhos de ar condicionado, porexemplo.

Deacordo com Simão, a ideia foi discutida pela primeiravez em 2008 durante uma reunião internacional da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT). Segundo Simão, o projeto évisto pela OIT como uma "grande contribuição dosetor da construção civil para a criaçãode empregos verdes".

Simão,que também é membro do Conselho de DesenvolvimentoEconômico e Social (CDES), o Conselhão, órgãode assessoramento do presidente da República, disse que jáapresentou o projeto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva eà ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e que tem apoiodo Ministério do Meio Ambiente.

Estasemana, o empresário deve discutir a "reforma verde"com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A pasta éresponsável pela gestão do patrimônio imobiliárioda União. O Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan) ainda não foi consultado.

"Os edifíciosda Esplanada são prédios de 50 anos, que têm tudoa ver com a anti-sustentabilidade. Podemos criar um exemplo mundial",disse.

Durante o seminário,empresários, representantes de governos, da sociedade civil ede universidades apontaram os principais gargalos da construçõessustentáveis no Brasil, entre eles a falta de escala naprodução de materiais de construção commenos impactos ambientais – como sistemas alternativos deaproveitamento de energia – e os baixos investimentos nodesenvolvimento de novas tecnologias para o setor.