Estudantes animam-se com possível flexibilização do currículo do ensino médio

10/05/2009 - 12h21

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A possibilidade de oaluno do ensino médio escolher parte das disciplinas que querestudar, flexibilizando o currículo desta etapa, parece animaros estudantes secundaristas. A proposta foi apresentada na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC). O projetochamado de “ensino médio inovador ” está emdiscussão no Conselho Nacional de Educação(CNE), colegiado responsável por elaborar diretrizescurriculares. A opinião daestudante Esther Arraes Drigati, que cura o 3° ano em um colégioparticular de Brasília, resume o que pensam váriosalunos do ensino médio. “A gente estuda muita coisa que nãovai precisar”, diz. Pesquisas mostram que o atual modelo édesinteressante para os jovens, o que aumenta a evasão ediminui o tempo do brasileiro nos bancos escolares. Além dapossibilidade de o aluno escolher as disciplinas que complementam asbásicas, está previsto que o atual modelo da gradecurricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido emeixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outramudança é o aumento da carga horária de 2,4 milpara 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticaspara complementar o aprendizado. Para Rosa LúciaNascimento, professora de História de uma escola públicade Brasília, a possibilidade de um currículo flexível,montado a partir das prioridades do aluno é “fantástica”.“O ensino médio hoje ficou inserido como etapa conclusiva doensino fundamental. Ele se torna desinteressante porque a gente nãoconsegue aproximar os conteúdos da realidade deles”, avalia.Mas ela ressalta que é necessário investir na formaçãocontinuada dos professores para que o novo modelo dê certo. Rebeca OliveiraMartins, aluno do 1° ano, acha que o novo modelo podeaumentar o interesse do aluno pela escola. “Desanima muito fazer asdisciplinas que a gente não gosta”, diz. JoãoGuilherme Machado, aluno do 3° ano, aposta que o novo modelo vaipermitir uma formação mais voltada ao mercado. “Aoconcentrar-se nas disciplinas de interesse, a escola pode gerar atéum profissional mais focado”, aponta. O projeto do MEC sugereainda que programas de incentivo à leitura estejam previstosna nova organização pedagógica. Outra orientaçãoé valorizar as atividades artísticas e culturais dentrodo currículo. O CNE vai realizar audiências públicaspara discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deveser concluído até julho. Depois dessa etapa, oministério começará as negociaçõescom os estados, já que o ensino médio éresponsabilidade das redes estaduais.