Ipea: primeiro trimestre mostrou melhoria no cenário econômico em relação ao fim de 2008

08/05/2009 - 18h53

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O primeiro trimestre de 2009 já apontou para uma melhora no cenário econômico do Brasil, bem diferente do que o país viveu no últimotrimestre do ano passado. Segundo o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, houve uma série de eventos no final do ano passado que não se repetiram agora. “O final de 2009combinou os efeitos da crise com os resultados de decisõestomadas anteriormente,  como a alta do juros, ocorrida ainda no primeiro semestre de 2008 e ainda a necessidade dasempresas de reduzir estoques e fazer demissões”, observou Pochmann, que participou hoje(8), em Curitiba, de um debate sobre osdesafios do Brasil diante da crise mundial. Segundo ele, a crise financeira afetou de forma heterogênea as regiões do país. Os estados do Sul e do Sudeste foram os primeiros a sentir os danos da crise, com queda da produção industrial e piora no emprego, nos últimos meses de 2009.As regiões Norte e Nordeste, disse Pochmann, tiveram no primeiro trimestre deste ano uma piora no mercado de trabalho e ficou mais difícil encontrar emprego. Segundo ele, essa dificuldade vem ocorrendo principalmente nos pequenos municípios que não são incluídos nas pesquisas nacionais. Ele voltou a estimar que o Brasil não terá recessão neste ano. A expectativa do Ipea é que oBrasil   tenha um aumento do Produto Interno Bruto(PIB) estimado entre 1,5% e 2,5% , inclusive com maior taxa de crescimento  no segundo semestre.O que preocupa,  de acordo com  ele, é que mesmo havendo crescimento,  pode não ocorrer aumento de emprego. “Nos últimoscinco anos, construimos uma  trajetória com expansão da economia, melhora nomercado, redução da pobreza, redução da desigualdade de renda. A dúvida agora é se mesmo comcrescimento econômico conseguiremos manter este ciclo.”Pochmann citou medidas adotadas pelogoverno, como a redução de juros, de impostos, a ampliação do crédito, a elevação dosalário mínimo e os programasde transferência de renda.